Que dó...

Deputado ladrão tenta comover colegas para não ser cassado

Deputado ladrão relata dias difíceis na Papuda e nega acusações

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O deputado Natan Donadon (sem partido ? RO) decidiu nesta quarta-feira (28) abrir a sessão na Câmara que vai decidir se ele perde, ou não, o mandato de parlamentar. ?Vim fazer a minha defesa, dizer ao povo brasileiro que sou inocente nessas acusações que estão impondo contra mim?, afirmou. ?Vejo o relatório do nobre deputado relator dizendo absurdos, asneiras, coisas que não se referem à minha vida pública?, completou.

Tentando comover os parlamentares, Donadon iniciou sua fala relatando o que tem passado na Papuda (presídio em Brasília). De acordo com ele, foi preciso utilizar garrafinhas de água, emprestadas por outro preso, para que ele conseguisse concluir seu banho e ir para a sessão da Câmara. Ele reclamou ainda de estar sendo tratado como ?preso comum?. ?Difícil estar em isolamento, em prisão de segurança máxima?, disse. ?Fui tomar banho e faltou água na torneira, estava todo ensaboado e tive que recorrer a garrafas d?água de outro preso?, completou.

Ele negou todas as acusações feitas pelo Ministério Público de Rondônia e acusou o órgão de não investigar direito o caso. ?Se quiser acha. É injusto condenar um inocente?, afirmou. Segundo ele, em 2010 ? quando foi eleito ? a Lei da Ficha Limpa já estava valendo e alegou ter ganho as eleições porque o ?povo de Rondônia o ama?.

Donadon foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) acusado de ter desviado R$ 8,4 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia, quando foi diretor financeiro da instituição.

De acordo com o parlamentar, os valores apontados pelo MP são inverídicos. Ele questionou onde os R$ 800 milhões desviados foram parar, já que está em seu terceiro mandato e possui apenas uma casa. ?Eu paguei R$ 1 milhão e 600?, garantiu. ?Por que a mídia não fala a verdade? Eu deveria responder por R$ 800 mil. Eles [o MP] sabem que o serviço [ de publicidade contratado pela Assembleia de Rondônia] foi executado. Quebrem o sigilo bancário. O meu foi quebrado e não encontraram nada?, afirmou. “Já havia pagamentos feitos antes de mim, só dei continuidade como era meu dever. Nunca desviei um centavo”, concluiu.

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