CPI da Petrobras

Deputada pede devolução de dinheiro pago à Kroll

Eliziane Gama entra com representação no Ministério Público

acessibilidade:

A deputada Eliziane Gama (Rede) entra nesta sexta-feira (23) com representação na Procuradoria Geral da República pedindo a devolução do recurso pago pela Câmara à empresa Kroll Advisory Solutions, especialista em recuperação de ativos financeiros ilícitos decorrentes da lavagem de dinheiro em crimes contra o erário.

A Kroll foi contratada pela comissão parlamentar de inquérito que apura a roubalheira na Petrobras, com dispensa de licitação, pelo valor inicial de R$ 1,18 milhão para identificar contas bancárias suspeitas e repasses ilegais ao exterior de dinheiro de 12 investigados na Operação Lava Jato. O contrato foi encerrado no início do mês de agosto de 2015, unilateralmente pela empresa, sob alegação de falta de acordo sobre os termos de uma contratação.

Na representação, a deputada apresenta alguns “objetivos escusos que ensejaram a contratação da empresa”. O autor do requerimento, o deputado Hugo Motta (PMDB-PB), teria dito que “caso a Kroll encontre dinheiro em contas fora do País, uma consequência possível é invalidar delações premiadas feitas ao Ministério Público. Isso porque alguns delatores negaram que tinham recursos no exterior e, se ficar comprovado que mentiram, a delação pode ser cancelada.”

Aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Hugo Motta, que preside a CPI, teria afirmado ainda que “encontrando esse dinheiro, pode derrubar delações”.“Tudo isso, caso comprovado, tornaria ainda mais grave a contratação da empresa sem o devido respaldo licitatório”, avalia Eliziane.

A deputada requerente destaca que “a forma da contratação de tais despesas pela Câmara revelou-se em total desconformidade com os princípios constitucionais da eficiência, da supremacia do interesse público e da própria obrigatoriedade de licitação”.

Na madrugada de quinta-feira (22), a CPI da Petrobras aprovou o relatório final apresentado pelo deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), por 17 votos a 9, com uma abstenção. O parecer isenta de responsabilidade nas denúncias de corrupção na estatal políticos investigados na Lava Jato e também os ex-presidentes da Petrobras José Sérgio Gabrielli e Graça Foster. Livra ainda a pele de Eduardo Cunha, enrolado no escândalo de corrupção.

Reportar Erro