Delator de varreduras contra escutas da PF é demitido do Senado
Paulo denunciou tentativa de atrapalhar investigações da Lava Jato
Em outubro de 2016, Paulo Igor Bosco Silva, então segurança legislativo no Senado Federal, denunciou um esquema de varreduras constantes realizadas pelos servidores nas residências de senadores e ex-senadores para identificar escutas da Polícia Federal. Ele foi demitido do serviço público nesta segunda (15), com base em um processo administrativo que, raramente resulta em alguma punição.
A denúncia de Paulo motivou uma operação da PF, que interpretou a atitude dos políticos como uma tentativa de embaraçar as investigações da operação Lava Jato.
Os pedidos de varredura não eram numerados para evitar o controle e facilitar a eliminação de rastros das ações secretas e ilegais. "Ordem de missão não numerada não é normal", disse Paulo, sobre a falta de controle das operações.
Na época, Paulo denunciou o uso pessoal da estrutura do Senado para uso pessoal do ex-presidente e ex-senador José Sarney, cujo escritório particular foi um dos locais submetidos à varredura.
Além de Sarney, as residências dos senadores Edison Lobão (PMDB-MA), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Fernando Collor (PTC-AL) também receberam equipes da segurança do Senado.