Operação Acrônimo

Delator Bené vai cumprir prisão domiciliar a partir desta sexta

Ele revelou pagamentos de R$ 20 milhões a Fernando Pimentel

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Por determinação do ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o empresário Benedito de Oliveira, conhecido como Bené, vai cumprir prisão domiciliar a partir desta sexta-feira (17) – com tornozeleira eletrônica. Bené está preso na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Brasília por causa da Operação Acrônimo desde 15 de abril, mas vai passar o fim de semana em casa.

Às 19h Bené ainda estava encarcerado, mas, segundo a PF, ele pode sair a qualquer momento. O empresário ganhou o benefício após acordo de colaboração premiada, assinado em 23 de abril e revelado em primeira mão pelo Diário do Poder. Em 27 de maio o ministro Benjamin homologou a delação.

Dono de uma gráfica que prestou serviço para a campanha do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), em 2014, Bené é considerado o operador do esquema de corrupção que envolve o governador mineiro. Bené é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele já havia sido preso pela PF por associação criminosa, na mesma operação, em 29 de junho do ano passado, mas foi liberado na ocasião. Com a colaboração de Bené, tanto Pimentel quanto a presidente afastada Dilma Rousseff se comprometem, pois Bené também atuou em sua campanha a presidente em 2010.

A Polícia Federal chegou até Bené após comprovar que ele financiou campanhas petistas e da presidente Dilma com dinheiro desviado de contratos firmados com o próprio governo Dilma. Segundo investigações, Bené se aproximou do PT durante o segundo mandato do governo Lula.

Bené é amigo do governador Fernando Pimentel e ajudou a elegê-lo governador de Minas Gerais, em 2014. Entre os seus bens, constam um avião bimotor – onde viajou Pimentel durante a campanha.

As investigações da Operação Acrônimo começaram em 2014, quando o avião de Bené foi apreendido com R$ 133 mil em espécie. Naquela ocasião, Bené seguia de Belo Horizonte (MG) para Brasília (DF), quando foi surpreendido por agentes da PF no Aeroporto JK. 

R$ 20 milhões em propina

O empresário Bené afirmou na delação premiada que o Grupo Caoa pagou R$ 20 milhões ao governador Pimentel. Os pagamentos, segundo Bené, no depoimento, ocorreram entre 2013 e 2014, ano em que o petista deixou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para candidatar-se ao governo.

Dos R$ 20 milhões, afirmou o delator, R$ 7 milhões foram repassados diretamente a Pimentel no exterior. O restante teria sido usado na campanha. As defesas de Pimentel e do Grupo Caoa negam.

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