Lava Jato

Defesa de empreiteiro obtém parecer que desqualifica Youssef

Ex-ministro do STJ chama de 'imprestável' a delação de doleiro

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Em parecer encomendado pela defesa do empreiteiro Erton Medeiros, da Galvão Engenharia, o jurista e ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp considera ilegal e até “imprestável” o acordo do doleiro Alberto Youssef no âmbito da Operação Lava Jato, sob a alegação de que omite o fato de que ele descumpriu um pacto anterior, de 2003, e porque faltaria credibilidade para delatar, já que ele mentiu e omitiu informações à Justiça antes.

Youssef permanece preso há mais de um ano exatamente porque o juiz federal Sergio Moro anulou seu acordo anterior de delação premiada, no escândalo Banestado. É que no primeiro acordo, o doleiro havia se comprometido a não mais se envolver em atividades ilícitas, e a Operação Lava Jato revelou que ele continuava a praticar crimes.

Além de Youssef, outros delatores, como o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, afirmam que o empreiteiro Erton Medeiros pagava propina em obras da Petrobras.

O advogado José Luis Oliveira Lima, que defende Erton Medeiros, preso desde novembro, ingressou nesta segunda com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal em que pede que a delação seja anulada e seu cliente, solto.

O acordo do doleiro foi homologado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo, em 19 de dezembro de 2014.

O ex-ministro Gilson Dipp é considerado especialista em lavagem de dinheiro e delação premiada, além de ser autor de um livro sobre o tema e ex-corregedor do Conselho Nacional de Justiça.

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