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Dallagnol critica Legislativo e Executivo por não combaterem corrupção

Falta combate à corrupção no Executivo e no Legislativo, diz MP

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O procurador da República no Paraná Deltan Dallagnol, que atua nas investigações da Lava Jato, voltou a afirmar que a corrupção no Brasil é "sistêmica" e defendeu uma lei, vinda de iniciativa popular, para implementar medidas contra crimes de colarinho branco, uma campanha encampada pelas Procuradorias. A corrupção no Brasil não é Petrobras, é sistêmica. Não é ônus de um partido ou de um governo. A corrupção vem de longa data", disse o procurador em palestra para plateia de universitários na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio.

Ao defender dez medidas propostas pelo MP, Dallagnol criticou a inoperância do Executivo e do Legislativo para mudar leis e regras para tornar o combate à corrupção mais efetivo. Para o procurador, a Lava Jato não mudará o País, apesar da expectativa criada em torno de cada nova fase da operação. "Já não sabemos o suficiente? O que foi feito para mudar isso? Nada. Pelo contrário, surgiram propostas de fechar a CGU (Controladoria Geral da União) e do projeto de repatriação de recursos do exterior", disse Dallagnol.

Dallagnol pediu à plateia que assinasse o abaixo-assinado pela proposição do PL sobre as dez medidas (que incluem aumento de penas, campanha de conscientização e criação de instrumentos para recuperação de dinheiro) e exortou todos a serem ativos no intuito de combater a corrupção. Para isso, ele ressaltou que o problema afeta a todos, desviando dos cofres públicos R$ 200 bilhões ao ano e gerando ineficiência econômica.

A crítica ao desmembramento da Lava Jato, como foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à fase da operação que investiga o pagamento de propina na obra de construção da usina nuclear Angra 3, tocada pela estatal Eletronuclear, foi feita após Dellagnol detalhar algumas das técnicas de investigação, como o cruzamento de enorme quantidade de dados com uso de softwares. "Quando você tira um pedaço da investigação, é como se tirasse um pedaço de um quebra-cabeça. É difícil de entender", afirmou.

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