Lava Jato

Cunha pede ao Supremo a quebra do próprio sigilo telefônico

Intenção é mostrar que não houve telefonema citado por delator

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O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) requereu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra do sigilo telefônico do próprio cliente e também do senador Edison Lobão (PMDB-MA), para tentar demonstrar sua alegada inocência no caso em que é acusado de haver recebido propina de US$5 milhões em contratos de sondas da Petrobras, investigado na Lava Jato.

Cunha solicitou ainda, por meio dos seus advogados, uma perícia dos arquivos de vídeo e áudio da delação premiada dos lobistas Júlio Camargo e Fernando Baiano, e que sejam ouvidas 28 testemunhas, incluindo Lobão, 12 deputados e três executivos que moram na Ásia.

No requerimento ao STF, a defesa de Eduardo Cunha destaca trecho de depoimento de Camargo, delator da Lava-Jato, em que ele afirma ter marcado em 2011 uma reunião com Lobão, então ministro de Minas e Energia, na base aérea do Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Lá, Camargo disse ter ficado surpreso com um requerimento da então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), hoje prefeita de Rio Bonito (RJ), solicitando informações de alguns contratos da Petrobras.

Júlio Camargo disse que Edison Lobão respondeu que isso seria "coisa de Eduardo". Em outras palavras, Cunha estaria por trás do requerimento. Imediatamente, Lobão teria ligado para o deputado e perguntado se ele tinha enlouquecido. A quebra do sigilo telefônico dos dois mostraria que esse telefonema não ocorreu.

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