"Autoritário"

Cunha diz que adiamento de votação em conselho foi 'manobra espúria'

Sessão foi encerrada após relator pedir mais tempo para analisar o caso

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O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA) agiu de forma autoritária nesta terça-feira, 7, ao encerrar a sessão que votaria o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) que recomendava a cassação do mandato do peemedebista. Para Cunha, Araújo cometeu uma “manobra espúria”.

“A falta de ética do presidente do Conselho de Ética fez com que ele encerrasse a sessão de hoje, em mais uma das suas manobras, de forma abrupta, antirregimental e autoritária”, disse Cunha em nota. “Na sua falta de convicção de alcançar o resultado que desejava, optou pela manobra espúria de encerrar a sessão, sem amparo no Regimento”, acrescentou.

Afastado do comando da Câmara por ordem do Supremo Tribunal Federal, Cunha é alvo de um pedido de prisão apresentado pela Procuradoria Geral da República. O Ministério Público alega que, mesmo afastado do parlamento, ele continua tentando obstruir as investigações contra ele.

Cunha ainda acusou Araújo de “falso moralista em busca da Justiça que, até o momento, ainda não alcançou”. “Da mesma forma que ele mente de forma contumaz, me atribuindo manobras inexistes, quando busco recursos legais visando rever suas manobras, ele as pratica de forma abusiva”, diz o peemedebista.

Na tarde desta terça, antes de o Conselho de Ética encaminhar o relatório do caso Cunha, o relator do processo pediu “mais tempo” para fazer as considerações finais de seu voto pela cassação do peemedebista. Diante do pedido – e com medo que o relatório fosse rejeitado – Araújo autorizou o adiamento da votação para esta quarta-feira, 8.

A revolta de Eduardo Cunha se deu porque seus aliados acreditavam que tinham condições de derrubar nesta terça o relatório Marcos Rogério no Conselho de Ética. Para isso, a "tropa de choque" do presidente afastado da Câmara contava com a ausência da deputada Tia Eron (PRB-BA), que, até a suspensão da sessão, não havia registrado presença no colegiado.

Com a ausência da deputada do PRB, quem iria votar no lugar dela era o deputado suplente Carlos Marun (PMDB-MS), um dos aliados mais fiéis e combativos de Eduardo Cunha. 

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