CPMI da JBS vota requerimentos sobre informações relativas a dados sigilosos
Esses pedidos precisam ser votados nominalmente, um por um
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS se reúne nesta terça-feira (26) para votar requerimentos que envolvem informações relativas a dados sigilosos, como empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e movimentações financeiras, bancárias e telefônicas de suspeitos. Esses pedidos precisam ser votados nominalmente, um por um, o que não pôde ser feito na última reunião, na quinta-feira (21), por falta de quórum.
Os pedidos de compartilhamento de informações sigilosas e os depoimentos são considerados fundamentais por um dos sub-relatores da CPMI, o deputado Delegado Francischini (SD-PR), para que as investigações avancem além do que já foi apurado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.
Mas o deputado tem uma preocupação: o grande volume de informações que precisarão ser analisadas. Por isso, ele defende a aquisição de um programa de computador para auxiliar na análise dos dados.
“Com os requerimentos de quebra de sigilo e de pedidos de informação, com os depoimentos, vamos ter uma quantidade estupenda de informações, que são praticamente impossíveis de serem analisadas sem a ajuda de tecnologia”, disse.
E-mail e celular
Entre os requerimentos que serão votados estão a transferência do sigilo eletrônico dos e-mails enviados e recebidos pelo ex-procurador da República Marcello Miller, bem como os sigilos telefônicos e bancários. Miller é suspeito de repassar informações sigilosas ao grupo JBS.
Também há requerimentos dirigidos às operadoras de telefonia pedindo os dados das Estações de Rádio Base dos celulares de Miller; do diretor jurídico da JBS, Francisco de Assis; do empresário Joesley Batista; e do executivo da J&F Ricardo Saud.
Amanhã, a CPI se reúne para ouvir os primeiros depoimentos: o do procurador da República Ângelo Goulart Villela e o do advogado do grupo J&F Willer Tomaz de Souza.
A reunião será realizada no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado, a partir das 14h30. (Agência Câmara)