Conselho de Ética abre processo de cassação contra André Vargas

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou, agora à tarde, processo de cassação do mandato do vice-presidente da Casa, deputado André Vargas (PT-PR). Investigações da Polícia Federal apontam envolvimento de Vargas com o doleiro Alberto Youssef, preso acusado de participar em um suposto esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões.

O presidente do conselho, Ricardo Izar (PSD-SP), abriu o processo contra o parlamentar atendendo a representação feita ao colegiado por três partidos: PSDB, DEM e PPS. O deputado Zé Gerardo (PT-PA) tentou inviabilizar a instauração do processo afirmando que não existem provas contra Vargas. Izar negou o pedido, argumentando que o conselho é um órgão independente, não se submetendo a outros órgãos. Zé Geraldo, então, anunciou que o PT recorrerá à Presidência da Câmara contra a decisão de Izar.

Três deputados foram sorteados para que um deles assuma a relatoria preliminar do processo. Os sorteados foram Júlio Delgado (PSB-MG), que relatou o processo contra o ex-deputado José Dirceu no Conselho de Ética, e Renzo Braz (PP-MG) e Roberto Teixeira (PP-PE), ambos exercendo o primeiro mandato.

O conselho terá até 90 dias para concluir o processo contra Vargas, e, se for o caso, votá-lo pelo sistema aberto e encaminhá-lo à apreciação do plenário da Câmara, também pelo sistema aberto de votação. O prazo começa a contar a partir de amanhã. Com a instauração do processo, mesmo que Vargas renuncie ao mandato, as investigações prosseguem e ele se torna inelegível por oito anos com base na Lei da Ficha Limpa.