Com dois ministros, só três da bancada alagoana apoiaram Temer
Entre nove deputados, articulador e ministros formaram minoria
Se dependesse da bancada alagoana na Câmara dos Deputados, o presidente Michel Temer (PMDB) seria investigado pela denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR). Apenas três dos nove deputados alagoanos votaram nesta quarta-feira (25), para livrar o presidente de ser afastado do cargo por seis meses, para que fossem apuradas as acusações de que teria cometido crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa.
Temer recebeu voto favorável, rejeitando a segunda denúncia contra ele, somente dos deputados alagoanos Arthur Lira (PP), Marx Beltrão (PMDB) e Maurício Quintella (PR). E votaram contra Temer os demais integrantes da bancada de Alagoas Ronaldo Lessa (PDT), Paulão (PT), João Henrique Caldas (PSB), Cícero Almeida (Sem partido), Pedro Vilela (PSDB) e Givaldo Carimbão (PHS).
Fatores pontuais contribuíram com o resultado. No aspecto favorável a Temer, o presidente poderia ter resultaro muito pior, se Marx Beltrão e Maurício Quintella não tivessem deixado o comando dos respectivos ministérios do Turismo e dos Transportes, para evitar a aprovação do prosseguimento da investigação no Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, Temer teve ao seu favor o deputado Arthur Lira, que tem se revelado um dos principais articuladores políticos de seu governo.
E contribuíram para ampliar o placar alagoano contra Temer, a mudança de voto do deputado Cícero Almeida, que dessa vez fez enquete com eleitores no Facebook, após trocar seu voto pró-Temer, na primeira denúncia, pela autorização para desfiliar-se do PMDB. Além disso, a presença do deputado Pedro Vilela à sessão garantiu a ampliação da maioria, após faltar o tucano ter faltado à primeira denúncia, alegando "problema de caráter pessoal".
'FOI MUITO BOM'
Para o coordenador da bancada de Alagoas na Câmara dos Deputados, Ronaldo Lessa, o resultado mostrou que a oposição ao governo foi muito mais competente, impondo um desgaste ao governo desde cedo, sem garantir o quórum para o andamento da votação.
“Além disso, o resultado foi muito mais apertado. Repare que da outra vez a diferença foi de 26 votos. E agora foi menor [de 18]. E o resultado da bancada de Alagoas foi muito bom. Se dependesse da bancada de Alagoas, Temer tava fora. Foram dois terços. E ainda teve outro detalhe que é o fato de eles não terem alcançado maioria na Câmara. Evidentemente, tiveram mais que a oposição, mas como alguns faltaram, não tiveram a maioria simples, que é metade mais um”, avaliou Lessa, citando o fator que deve dificultar as aprovações de matérias pelo presidente Temer.