Economia

Com a crise, desemprego bate no setor de serviços administrativos

Demissões já atingem atividades mais resilientes à desaceleração

acessibilidade:

A crise econômica causada pelo desgoverno brasileiro está mandando para a fila do desemprego pessoas com menor qualificação e remuneração, que podem encontrar dificuldades ainda maiores para se recolocar no mercado de trabalho.

Um dos últimos pilares de resistência à crise, o setor de serviços administrativos e complementares começou a demitir no fim de 2015 diante da escolha de empresas em reduzir a demanda por esse tipo de atividade. O setor inclui tarefas de limpeza, recepção, vigilância, telemarketing, cobrança e auxiliar administrativa.

O setor de serviços administrativos e complementares mergulhou em uma trajetória negativa em julho do ano passado, quando o volume encolheu 2,8% em relação a igual mês de 2014. Desde então, o ritmo de queda só se intensificou, até atingir uma perda de 6,4% em novembro, segundo o mesmo tipo de comparação, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além disso, como o setor é intensivo em mão de obra, o sinal de que a crise bateu à porta pode ainda reforçar o círculo vicioso já visto nos últimos meses. Quando essas pessoas são demitidas, elas passam a consumir e gastar menos, deprimindo ainda mais a atividade econômica e gerando mais desemprego.

Como essas funções são consideradas mais “essenciais”, as empresas relutaram em demitir. Mas a falta de perspectiva de recuperação na economia acabou falando mais alto. No trimestre até outubro de 2015, 429 mil pessoas que trabalham nos setores de informação, comunicação, serviços administrativos e complementares foram dispensadas em relação a igual período de 2014, segundo os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.

Reportar Erro