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Colômbia suspende 50 acusações contra chefes das Farc

Acordo anistia delitos políticos e prevê entrega de armas

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A procuradoria da Colômbia afirmou na quarta-feira que o acordo de justiça transicional assinado em Havana pelo presidente Juan Manuel Santos e o líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como Timochenko, faz com que sejam suspensas 50 acusações contra a cúpula guerrilheira.

"Com o acordo em Havana estão suspensas 50 acusações contra membros da cúpula das Farc", sustentou a procuradoria em sua conta no Twitter. Esta decisão "não significa que serão suspensas as investigações", ressaltou. A procuradoria garantiu que seguirá averiguando 38 mil fatos violentos ocorridos ao longo de décadas de conflito armado interno.

O acordo sobre justiça anunciado em Cuba contempla, entre outros pontos, uma anistia para delitos políticos, a criação de um tribunal especial para a paz, e estabelece que a guerrilha deverá entregar as armas em um prazo de 60 dias após a assinatura do acordo definitivo.

Dentro da anistia, a procuradoria apontou que poderão "ser anistiados ou indultados mais de 16 mil membros das Farc por rebelião e outros delitos conexos", número que surpreende já que a estimativa de guerrilheiros na ativa não supera os 8 mil, segundo dados oficiais.

A entidade também destacou que, com este acordo, os guerrilheiros das Farc "podem ser obrigados a permanecer no território nacional".

"Acredito que hoje demos um passo muito grande para a conquista da paz na Colômbia", comentou posteriormente o procurador-geral, Eduardo Montelagre, ao analisar o acordo. (AE)

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