PRÉ-CAMPANHA

Collor diz que 'sabe como fazer' para superar os desafios do Brasil

Ex-presidente exalta diferencial e defende resgate da esperança

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O senador e pré-candidato à Presidência da República, Fernando Collor de Mello (PTC/AL), defendeu, nesta quarta-feira (28), que sua experiência no Executivo e Legislativo o capacitaria a realizar as mudanças que o Brasil precisa, modernizando o País e resgatando a esperança do povo brasileiro, sobretudo da juventude. As declarações foram feitas em entrevista por telefone ao radialista Lino Rossi, da rádio Mega FM, com a participação de internautas de Cuiabá(MT).

Na entrevista que durou mais de uma hora, o ex-presidente que foi alvo de um impeachment há 26 anos ainda afirmou que propõe o liberalismo com consciência social, como bandeira de sua campanha.

"A diferença é que eu sei como fazer. As pessoas querem um candidato que nunca administrou nada ou um que sabe e já mostrou como se faz no comando do Poder Executivo?”, questionou Collor. “Quero oferecer minha capacidade de trabalho acumulada nesses anos de vida e minha total dedicação à causa pública, como também as minhas ideias que foram consagradas nas urnas em 1989 e, ao que parece, continuam atuais", completou.

Collor destacou feitos de sua Presidência (Arquivo Ivo Gonzales/OGlobo)Diante das opções de pré-candidaturas presidenciais já postas, Collor exaltou ter sua experiência como vantagem para lidar com o atual cenário de dificuldades, citando a carreira política iniciada como prefeito de Maceió, deputado federal, governador de Alagoas, presidente da República e, há 12 anos, como senador reeleito. E resgatou seus feitos à frente da nação, como o enxugamento da máquina administrativa, abertura econômica e comercial, quebra de monopólios, privilégios e reservas de mercado, enfrentamento de grandes grupos econômicos e poderosos políticos da época.

"Eu já dei provas do que eu posso fazer e tenho experiência para executar. Quando se busca um nome no momento de crise pela qual o Brasil atravessa, procura-se alguém de experiência que possa arrumar a casa ou um candidato que nunca conseguiu entrar numa casa e fazer algo de concreto? Eu tenho essa vantagem, uma longa experiência de vida pública com passagens e conquista nos Poderes Executivos e Legislativo.

O senador do PTC ainda reforçou que o brasileiro pode, sim, ter esperança em dias melhores, visto que há um caminho a ser seguido e que já foi testado.

"Desejamos fazer com que o sentimento da esperança seja renascido, especialmente nos jovens brasileiros. Eles estão guardando dentro de si a desesperança de não encontrar um lugar ao sol, desacreditando no futuro do nosso País. Por este conjunto de fatores, deixo a mensagem para que eles não percam a sua esperança, que não deixem apagar este sentimento. É a esperança que nos dá a segurança para seguir em frente, para construir algo melhor às nossas famílias, para resolver os problemas que nos afligem. Este sentimento é o mesmo que permite o desejo de um país próspero, digno e à altura das melhores expectativas da população brasileira", frisou.

PRECURSOR LIBERAL

O ex-presidente disse ter iniciado em seu breve governo o liberalismo com consciência social, ao defender a continuidade do projeto para tornar o Estado menos inchado e mais ágil com a sua máquina, com a presença forte de ações da área da segurança pública no combate ao crime, além da mão aberta para a saúde e a educação. Para Collor, é preciso controlar mais as contas públicas e incentivar a iniciativa privada e o empreendedorismo para construi um País moderno, com o Estado atuando apenas nas suas obrigações legais.

"Depois que deixei a Presidência, houve um retrocesso do que é na concepção real um Estado no tempo moderno. O Estado somente desejando resolver todos os problemas, ao mesmo tempo, fica inchado e, portanto, não consegue satisfazer às necessidades básicas da sociedade. Nosso projeto lá atrás foi de centro, liberal, progressista e, hoje, continua sendo. Não mudei em nenhum momento a minha linha de pensamento e de conhecimento do que o Brasil deve ser", defendeu.

Collor destacou, ainda, que tirou o País do atraso da revolução industrial de 1ª e 2ª gerações e o incluiu na terceira geração, a da informatização, assegurando avanços em demandas sociais como educação, saúde, assistência social e meio ambiente. Ele também sancionou leis de grande relevância, como o Código de Defesa do Consumidor, o ECA, a Lei Rouanet, o Regime Jurídico Único dos Servidores, a Lei de Improbidade Administrativa, a Lei de criação do SUS, entre tantas outras.

"Como presidente, trabalhamos para que o Brasil deixasse de lado esse complexo de inferioridade, abrindo-se para o mundo ao se mostrar como parceiro confiável no campo, social, humano e econômico. Quando chegamos à presidência, os carros não tinham qualidade, porém hoje são mais de 400 modelos. A população pode escolher um modelo de qualidade. A telefonia celular foi outra conquista para os brasileiros, bem como os computadores, entre outros avanços. Foram dois anos e meio de conquistas", defendeu. 

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