Coligação de Passos Coelho vence eleições gerais em Portugal
Brasileiro André Gustavo comandou equipe de 25 marqueteiros
A coligação de centro-direita Portugal à Frente, formada pelo Partido Social Democrata (PSD) e pelo Partido Popular (CDS-PP), foi a mais votada, com 36,8% dos votos e 104 deputados, nas eleições legislativas deste domingo (4).
Foram apurados os resultados provisórios em 3.070 das 3.092 zonas eleitorais, de acordo com dados da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna – Administração Eleitoral. O Partido Socialista (PS) é o segundo mais votado, com 32,3% das preferências e 85 deputados.
A campanha da coligação vitoriosa foi desenvolvida por uma equipe de marqueteiros chefiada pelo brasileiro André Gustavo, presidente da agência de propaganda Arcos, e composta de 25 profissionais portugueses e cinco brasileiros muito qualificados, entre os quais Ricardo Melo e Ricardo Amado. André também havia comandado equipe semelhante na vitória anterior do atual primeiro-ministro.
Vitorioso nas eleições, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho declarou que a coligação está disponível para formar governo. “Seria estranho que no dia a seguir, quem ganhasse as eleições, não pudesse governar. Aquilo que nos dispomos a fazer é a interpretação de forma humilde do resultado", afirmou ele.
Depois de celebrar a vitória, o discurso do primeiro-ministro virou-se para as promessas que fizeram durante a campanha eleitoral. Menos austeridade, mas de forma limitada:
– A nossa tarefa mais emergente é dotar pais de um Orçamento de Estado para 2016 que cumpra objetivos essenciais. Uma vez saídos do déficit excessivo, é manter Portugal com um déficit abaixo dos 3%, mantendo o controle e disciplina das finanças públicas para manter o terreno sólido para continuar a crescer.
O primeiro-ministro reafirmou o compromisso de manter a recuperação dos salários ao nível da administração pública, como o alargamento às famílias de melhores condições em sede do IRS, para que possam ver o seu esforço fiscal aliviado.
Reconhecendo que o quadro é diferente do que teve há quatro anos, agora sem maioria absoluta, Passos Coelho assumiu estar disponível para chegar a entendimentos com o PS, deixando a bola do lado dos socialistas. "Tomarei a iniciativa, no plano parlamentar, de contactar PS e junto do PS procurar o entendimento indispensável para reformas estruturantes e essenciais, na esperança que sendo um partido europeísta estará disponível para possibilitar reformas importantes possam ser feitas, com destaque para a reforma social".