Crise econômica

Colapso de negociações entre Grécia e credores favorece cofres públicos alemães

A decisão provavelmente vai enfurecer a Grécia antes do plebiscito

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O colapso das negociações entre a Grécia e seus credores e o vencimento do último programa de ajuda do país vão contribuir de forma inesperada para engordar os cofres públicos da Alemanha.

Nas próximas semanas, o ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, vai pedir de volta 532 milhões de euros (US$ 589 milhões) em ajuda destinada ao segundo pacote de ajuda de Atenas, segundo informou hoje um porta-voz do Ministério de Finanças.

A decisão provavelmente vai enfurecer a Grécia antes do plebiscito de domingo (05), quando Atenas vai consultar a população sobre as medidas de austeridade que os credores do país exigem para liberar novo auxílio financeiro.

Na última terça-feira, venceu o segundo programa de ajuda da Grécia, sem que o país sacasse a tranche final prevista, devido a divergências sobre os termos do pacote com seus credores, ou seja, a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Como parte do programa que agora expirou, o governo alemão havia prometido conceder à Grécia o lucro que obtivesse com a posse de bônus gregos depositados no Bundesbank, o banco central da Alemanha. Esse lucro, referente a 2014, soma 532 milhões de euros.

Berlim também iria transferir à Grécia 412 milhões de euros em juros obtidos do começo do ano até 1º de julho, mas desistiu após Atenas ter abandonado as negociações sobre com os credores, no último fim de semana.

Em Atenas, a Alemanha é vista como o principal condutor da linha dura dos credores em relação à Grécia. Cartazes espalhados pela capital grega que defendem o "não" no plebiscito deste fim de semana trazem um retrato de Schäuble com semblante sério. Fonte: Dow Jones Newswire.(AE)

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