Neste domingo

Michelle Bachelet é favorita nas eleições presidenciais do Chile

Eleições devem ser as mais disputadas desde o retorno à democracia

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O Chile vai às urnas neste domingo (17) escolher o presidente, deputados federais e senadores nas eleições que devem ser as mais disputadas desde o retorno à democracia, há 24 anos. São nove candidatos que participam da disputa presidencial, sendo três mulheres. A maior parte das pesquisas de opinião indicam que a socialista Michelle Bachelet será a vitoriosa, conquistando um segundo mandato presidencial de quatro anos.

No entanto, os chilenos se mostram mais conscientes e almejam mudanças mais profundas no país, além da estabilidade política e econômica, conquistada nas últimas duas décadas.

?Avançamos muito nas últimas duas décadas, mas existem muitos sinais de que o ciclo, que inauguramos com o fim da ditadura, está chegando ao fim?, disse o analista político Ernesto Ottone. ?Recuperamos a democracia, promovemos o crescimento econômico e reduzimos drasticamente a pobreza. Não há inflação e o desemprego é baixo. Mas o Chile ainda é um país com altos índices de desigualdade social e a classe média agora tem mais expectativas. Um exemplo foi o movimento estudantil, que colocou milhares de jovens nas ruas em 2011, exigindo educação gratuita e de qualidade para todos?, acrescenta.

A atual Constituição do país ainda é a herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), o que limita a atuação dos políticos. Com isso, o presidente eleito só terá maioria no Congresso se seus candidatos a deputado e a senador dobrarem os votos do concorrente.

?Foi um sistema desenhado para promover um empate entre dois blocos, de esquerda e de direita. Então, não importa se você escolheu um candidato de esquerda, por causa de suas promessas. Ele só pode fazer o que prometeu se negociar com a direita, e o resultado acaba sendo algo intermediário, que deixa a todos insatisfeitos?, explicou a prefeita de Santiago, Carolina Toha, que é aliada de Bachelet.

O país ainda não sabe quantos dos 12 milhões de chilenos em idade de votar irão às urnas. Pela primeira vez, o voto é opcional. Michelle Bachelet dedicou boa parte de sua campanha para convencer os chilenos a votarem: ela pode ter a vitória assegurada, mas precisa conseguir o maior número possível de votos no Congresso, se quiser cumprir as promessas feitas.

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