Brasileiros levam a evento em Cannes suas produções para cinema e TV
'Brazilian Content' leva produtoras ao Palais des Festivals
Cannes – O Brasil que trabalha, não vive das falcatruas da política e está dando certo , marca significativa presença na maior e mais antiga feira de audiovisual da Europa, o MIPCOM, em Cannes, que começou domingo passado e vai até o próximo dia 19. São 41 produtoras brasileiras de desenho animado, ficção, documentário, cinema e entretenimento para televisão que estão reunidas no stand montado e organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), do Ministério das Relações Exteriores, no Palais des Festivals, onde animadamente vendem seus conteúdos e projetos para clientes do mundo inteiro. A Globo, SBT, Bandeirantes e Record possuem espaço próprio.
Em 2004, essas empresas se juntaram num projeto que se chama Brazil Content, formando atualmente um contingente de 640 produtoras, das quais 140 estão no projecto exportação e participam de outras feiras para vender seus produtos para o mundo inteiro. A Apex atualmente presidida pelo embaixador Roberto Jaquaribe, fez um bom trabalho, viabilizando a presença das empresas brasileiras. A maioria não teria condições de participar do MIPCOM sem esse apoio institucional, o que foi admitido por alguns dos seus donos.
São cerca de 15.000 representantes de líderes da indústria de mais de 4.700 empresas em 25.000 metros quadrados de espaço de exibição. A montagem dos stands, sua logística e toda estrutura que a participação na feira exige custam milhares de euros por exibidor. O valor do metro quadrado é dos mais altos desse tipo de feira na Europa. E tudo é muito caro em Cannes, cidade francesa situada numa das mais caras partes da Côte D’Azur ,território dos bilionários do planeta. Houve empresas, como a Grifa Filmes, de São Paulo, por exemplo, que graças apoio da Apex não gastou mais de 10 mil reais para estar presente no MIPCOM.
Nessa época, como quando acontece nos demais festivais de cinema, a cidade torna-se um imenso salão de festas, com centenas delas pipocando ao longo da orla marítima, a chamada Croisette. Em toda sua extensão, numerosos iates brancos, com bandeiras de vários países, se alinham com o calçadão, onde muitos correm, andam de bicicleta, passeiam ou simplesmente estão sentados ao sol.Do outro lado da calçada, estão as lojas das mais famosas e caras marcas do mundo, destacando-se as joalherias , com seus brilhantes, diamantes e esmeraldas faiscando ao sol desse final de verão de outubro, onde a temperatura ainda mantém a praia repleta de banhistas.
Multidões invadem os bares e restaurantes, cujos espaço se alongam para as calçadas, com suas mesas atrapalhando a circulação dos que passam. Sem reserva ou conhecimento, é difícil encontrar lugar para comer ou até mesmo para beber. Nesses dias, a vida é uma animação contínua, desde a manhã até a madrugada .Distante desse frenesi, as produtoras brasileiras fazem sua festa particular, comemorando no stand da APEX o incremento dos seus negócios com rodadas de caipirinha no final do dia. Para elas, reconhecem, a crise brasileira tem passado longe. Estão todas muito contentes com o resultado do seu trabalho.