63,6 mil vagas fechadas

Brasil volta a perder postos de emprego com carteira assinada em março

País fechou 63,6 mil vagas de trabalho formal no último mês

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O Brasil voltou a perder postos de trabalho com carteira assinada em março, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No mês passado, o saldo líquido de contratações e demissões ficou negativo em 63.624 vagas. No primeiro trimestre, houve encerramento de 64.378 mil postos de trabalho.

Em fevereiro, o emprego formal quebrou uma série negativa de 22 meses, com a geração de 35.612 postos de trabalho. O dado foi anunciado pelo próprio presidente Michel Temer.

O comércio foi o setor da economia que mais fechou postos de trabalho em março. No mês passado, houve saldo líquido negativo de 33.909 empregos nesse setor. Em seguida, o segmento de serviços foi o segundo com a maior contribuição negativa: 17.086 postos em março.

Segundo o Ministério do Trabalho, a construção civil também contribuiu negativamente, com 9.059 postos fechados. Outros segmentos da economia que também tiveram fechamento de postos foram a indústria da transformação (-3.499 empregos) e agricultura (-3.471 postos).

Por outro lado, a administração pública terminou março com abertura líquida de 4.574 postos de trabalho.

Retomada

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, nega que a queda do número de empregos formais no mês de março gera a sensação de frustração para o governo. “Não há frustração porque a comparação com 2016 mostra metade da perda de emprego. Vamos melhorando mês a mês e a perda de emprego vem reduzindo sistematicamente”, disse.

Nogueira explicou que a confiança continua no governo porque os números mostram que o ritmo de destruição de empregos é cada vez menor. “Em março de 2016, foram fechados 118,7 mil empregos. Agora, tivemos 64,6 mil empregos. O ritmo está menor. Não houve frustração e a expectativa positiva se mantém”, disse.

Questionado, Ronaldo Nogueira rechaçou a avaliação de que pode ter havido comemoração precipitada em fevereiro, quando o dado do emprego foi anunciado no Palácio do Planalto com a presença do presidente Michel Temer. “Não houve comemoração precipitada em fevereiro, quando houve criação de empregos”.

Para o ministro, os indicadores de confiança nas empresas, investidores e famílias indicam que a economia começa a reagir e, por isso, há confiança. “Vamos recuperar os dados positivos de empregos; estamos confiando no Brasil”.

O ministro do Trabalho ressaltou que não é possível que o emprego de alguns setores se recupere em períodos muito curtos. Na construção civil, por exemplo, Nogueira citou que a criação de empregos só deve ser vista em alguns meses e citou agosto como possível virada no emprego da construção. Mesmo assim, reafirmou a aposta de que abril poderá voltar a ter números positivos. (AE)

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