Economia

Brasil tem déficit primário de R$ 6,9 bilhões em maio

Contas do setor público têm pior resultado até maio desde 2001

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O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobrás e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 6,9 bilhões em maio, conforme informou nesta terça-feira o Banco Central. O resultado é o pior do ano, mas o melhor para o mês desde 2013. 

Em abril, as contas públicas registraram superávit primário de R$ 13,445 bilhões. O resultado do mês passado ficou bem menor do que o de maio de 2014, quando houve déficit de R$ 11,046 bilhões. 

O resultado primário consolidado do mês passado ficou bem próxima da mediana deficitária de R$ 7 bilhões, obtida pela estimativa de 13 instituições financeiras. O intervalo apurado pelo AE Projeções ia de um déficit primário de R$ 5,5 bilhões a R$ 9,6 bilhões.

O resultado fiscal de maio foi composto por um déficit de R$ 8,859 bilhões do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência). Os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o montante positivamente com R$ 2,041 bilhões no mês. 

Já os Estados registraram um superávit de R$ 1,731 bilhão, os municípios tiveram superávit de R$ 309 milhões. Já as empresas estatais registraram déficit primário de R$ 72 milhões. 

No acumulado de janeiro a maio, as contas do setor público acumulam um superávit primário de R$ 25,547 bilhões, o equivalente a 1,08% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o Banco Central, em igual período do ano passado, o resultado havia ficado positivo em R$ 31,481 bilhões. 

Recorde negativo. Já o déficit nominal (que considera o pagamento dos juros da dívida) do setor público ficou em R$ 59,777 bilhões em maio – valor recorde para o mês na série iniciada pelo Banco Central em dezembro de 2001. Em abril, foi registrado superávit de R$ 11,232 bilhões e, em maio do ano passado, o resultado foi negativo em R$ 32,444 bilhões.

No mês passado, o governo central registrou déficit nominal, de R$ 52,692 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 6,571 bilhões. As empresas estatais registraram déficit nominal de R$ 515 milhões. 

De janeiro a maio deste ano, o déficit nominal está em R$ 173,390 bilhões ou 7,32% do Produto Interno Bruto (PIB). Nos 12 meses encerrados em maio, o déficit nominal está em R$ 447,232 bilhões ou o equivalente a 7,90% do PIB.

Esforço fiscal. Desde o anúncio da nova equipe econômica para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, o BC vem dizendo que o esforço fiscal tende a seguir o caminho da neutralidade em 2015, podendo até mesmo apresentar um viés contracionista.

Nos últimos meses, os porta-vozes do BC têm elogiado o esforço do governo em fazer contingenciamento, alegando que a política fiscal torna os impactos da política monetária mais eficazes. 

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem garantido que vai cumprir a meta de superávit de R$ 66,3 bilhões este ano, apesar de cada vez mais o mercado estar receoso de que vá conseguir o feito.

O resultado fiscal de janeiro a maio foi influenciado pelo superávit de R$ 6,655 bilhões do Governo Central (0,28% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 19,238 bilhões (0,81% do PIB). Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 16,236 bilhões, os municípios alcançaram um saldo positivo de R$ 3,002 bilhões. 

As empresas estatais, no entanto, tiveram um resultado negativo de R$ 346 milhões no período. (AE)

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