Caso Molina

Boliviano pivô da queda de Patriota fala ao Senado nesta terça

O convite foi do senador Ricardo Ferraço, que o ajudou a fugir de La Paz

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Motivo da queda do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, o senador boliviano Róger Pinto Molina fala aos parlamentares brasileiros nesta terça-feira (27). A fuga para o Brasil do opositor do governo de Evo Morales dominou os debates no Plenário nesta segunda-feira (26). Róger Pinto teve apoio da Embaixada em La Paz. Vários senadores se manifestaram sobre o assunto, elogiando o diplomata brasileiro Eduardo Saboia, que afirmou ter ajudado o boliviano por razões humanitárias.

Réu em vários processos, Pinto acusa o governo de Evo de perseguição política. O senador estava refugiado na Embaixada do Brasil havia mais de 400 dias. A fuga do opositor para o Brasil motivou protestos do governo da Bolívia e desconforto ao Itamaraty. No início da noite, o Palácio do Planalto anunciou a demissão do ministro Patriota, que foi substituído por Luiz Fernando Figueiredo, que servia como embaixador do Brasil junto às Nações Unidas.

Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), Ricardo Ferraço (PMDB-ES) confirmou o convite a Róger Pinto. O presidente do Senado, Renan Calheiros, apoiou a participação de Ferraço no episódio. Os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Alvaro Dias (PSDB-PR), Ana Amélia (PP-RS), José Agripino (DEM-RN) e Ruben Figueiró (PSDB-MS) apoiaram a iniciativa do diplomata Eduardo Saboia.

Ida à Bolívia – Em abril, o então ministro Antonio Patriota compareceu ao Senado, também a partir de requerimento de Ferraço, para falar sobre o caso dos 12 torcedores do Corinthians que estavam presos na Bolívia acusados da morte de um jovem em uma partida da Copa Libertadores. Dias antes, o presidente da CRE estivera no país vinzinho para interceder pela soltura dos torcedores. Na viagem, se encontrou com Róger Pinto e levantou a hipótese de que os governo boliviano estivesse usando o caso dos corintianos como barganha para que o Brasil voltasse atrás no asilo ao opositor.

Patriota disse que o governo estava empenhado em soltar os brasileiros e que a situação deles não devia se misturar com a questão do asilo político pedido por Róger Pinto.

– A firmeza do governo brasileiro é a mais completa. Não há afrouxamento, o que pode haver é uma certa reserva em compartilhar publicamente, porque isso em nada contribuiria para proteger os brasileiros ou para acelerar o desenlace que todos nós desejamos ? afirmou o então ministro.

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