Máfia das Sanguessugas

Bispo da Universal, novo secretário de Crivella é réu por improbidade

Jesus assinou emenda para compra de ambulância superfaturada, diz MPF

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Recém-nomeado secretário de Assistência Social e Direitos Humanos de Marcelo Crivella (PRB), o bispo da Igreja Universal, João Mendes de Jesus (PRB) é réu em processo na Justiça Federal do Rio por improbidade administrativa.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o bispo assinou emenda parlamentar para a compra de ambulância superfaturada, em 2003. À época, ele era deputado federal.

A ambulância teria sido comprada por R$ 72 mil pela prefeitura de Vassouras, no Centro-Sul Fluminense, mas a licitação foi burlada e superfaturada: não houve publicidade do edital, nem pesquisa de preços. Tampouco, ainda de acordo com os procuradores, o material hospitalar fornecido no veículo estaria completo.

Por conta da denúncia, a Justiça chegou a determinar, em 2009, a indisponibilidade de R$ 50 mil de Jesus. Em sua conta foram encontrados R$ 10 mil, que foram bloqueados.

Segundo a 1ª Vara Federal de Barra do Piraí, onde corre o processo, a sentença deve sair até julho.

Na denúncia, obtida pelo G1, o procurador Ricardo Rage Ferro escreve que Jesus usou o cargo público para benefício próprio.

"A atividade parlamentar teve como móvel não o interesse de beneficiar as comunidades destinatárias dos recursos, mas sim atender aos interesses de empresas privadas e aos interesses pecuniários do próprio deputado. Para tanto, o parlamentar foi cooptado".

João Mendes de Jesus foi citado na chamada "Máfia das Sanguessugas", um esquema de superfaturamento na compra de ambulâncias pelas Prefeituras de Mangaratiba e Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio. 

De acordo com o Ministério Público Federal, os vencedores das licitações receberam R$ 1,85 milhão entre 2000 e 2004.

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