CPI da Petrobras

Bendine: estatal renegocia contratos da Sete Brasil

São 28 contratos para construção de navios-plataforma

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O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, disse, em depoimento à CPI da Petrobras, que a estatal está renegociando os 28 contratos para construção de navios-plataforma assinados com a empresa Sete Brasil, que enfrenta dificuldades financeiras, o que já causou a demissão de cerca de 30 mil trabalhadores desde a deflagração da Operação Lava Jato.

A Sete Brasil, uma empresa privada, foi criada por iniciativa da Petrobras especificamente para construir as sondas e para isso foi montada uma complexa engenharia financeira: 25% dos recursos seriam investidos por 12 acionistas e os demais 75% por financiadores – entre os quais o principal era o BNDES.

O principal acionista da Sete Brasil é o banco BTG Pactual (26%), mas tem também a Petrobras (9%), fundos de pensão, como o Previ (do Banco do Brasil) e o Petros (da Petrobras), além dos bancos Santander e Bradesco. Juntos, eles investiram 1,8 bilhão de dólares na empresa.

A Sete Brasil enfrenta dificuldades financeiras depois da Operação Lava Jato e depende de financiamentos para concluir a construção de 17 das 28 sondas de perfuração contratadas pela Petrobras, um investimento de mais de 20 bilhões de dólares e que envolve 150 mil empregos diretos.

A empresa parou de pagar os estaleiros contratados por ela em novembro do ano passado, depois que o BNDES não liberou o empréstimo de 18 bilhões de dólares – financiamento que tinha sido aprovado pela diretoria do banco quando a empresa foi criada.

O empréstimo acabou negado depois que a empresa passou a ser investigada pela Operação Lava Jato. Um dos delatores do esquema, o ex-gerente da área de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, foi nomeado diretor da Sete Brasil e admitiu que houve pagamento de propina a diretores da Petrobras e a partidos políticos por estaleiros contratados para construir os navios-sonda.

Bendine disse que os contratos serão renegociados e terão tamanho “menor” que o previsto antes da Operação Lava Jato. “A demanda da Petrobras por navios-sonda é bem menor que a do plano de negócios anterior. Está sendo feita uma renegociação com a Sete Brasil, a Petrobras e bancos credores para readequar os contratos, o que é complexo. Cada sonda tinha uma sociedade para fins específicos, cada qual com sócios e um operador”, disse. Ele não informou o valor da redução dos contratos. (Agência Câmara)

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