Barraco no governo do DF

Barraco com secretário quase custou a coronel o comando da PM

Comandante da PM e secretário de segurança tentaram se agredir

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Foi necessária a intervenção da “turma do deixa-disso” para que o secretário de Segurança Pública do governo do Distrito Federal, Arthur Trindade, não trocasse sopapos com o comandante-geral da Policia Militar, coronel Florisval Cesar, logo apos uma reunião convocada pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), na manhã de sexta-feira, para avaliar o conflito que envolveu sindicalistas e policiais do Bope.

Durante a reunião com o governador, o secretário se queixou de não ter sido consultado previamente sobre a intervenção policial. O comandante da PM reconheceu que não consultou nem o secretário e nem o governador, afirmou que a ação policial foi correta e que havia uma investigação em curso para apurar eventuais excessos. Mas ele foi lacônico, não se estendeu muito, o que irritou o secretário.

Apos saírem da reunião, os dois começaram a bater boca e foi necessário que o chefe da Casa Militar, coronel Cláudio Ribas, e o secretário adjunto da Casa Civil, Igor Tokarski, separassem os dois.O secretário de Segurança foi embora e o coronel Florisval voltou para onde estavam o governador e outras pessoas.

À tarde, ainda muito irritado com a altercação, o secretário pediu do governador a substituição imediata do coronel no comando da PM. Rollemberg preferiu acionar o chefe da Casa Militar para tentar apaziguar os ânimos. Ele não queria substituir o comandante e recomendou que o coronel Cláudio Ribas tratasse de convencer o secretário a não insistir na substituição.

O coronel Florisval viajou, durante o feriadão, por isso o chefe da Casa Militar, coronel Ribas, somente pôde conversar pessoalmente com o secretário Arthur Trindade. A conversa com o coronel Florisval César somente aconteceria nesta terça-feira (3).

O secretário de Segurança estava intransigente e ameaçava até mesmo pedir demissão, caso o comandante não fosse substituído. O coronel Florisval César afirmou, então, que pediria exoneração para evitar uma crise, mas deixando claro que não reconhecia excessos na ação policial. Reconhecia apenas que deveria ter consultado Rollemberg. Ele e seus comandados chegaram a pensar em nomes que seriam sugeridos ao governador para assumir o comando-geral da PM.

Ficou acertado que o governador receberia o comandante-geral às 9h desta quarta-feira (4), para receber seu pedido de demissão. Mas o secretário de Segurança, Arthur Trindade, ou pessoas ligadas a ele, cometeram o erro de vazar a informação, incorreta, de que o comandante-geral seria demitido.

Quando os comandados do coronel Florisval leram na manhã de quarta-feira (4) a versão de que ele estaria sendo demitido, atribuíram isso ao secretário de segurança. Um grupo de oficiais procurou o governador Rollemberg na casa da mãe dele, e pediram para que não aceitasse a pressão do secretário para demitir o coronel. O governador logo assumiu o compromisso de não aceitar aquele desfecho.

A Secretaria de Segurança e a Polícia Militar não se entendem bem desde o início do governo. Por isso, o consenso geral, no Palácio do Buriti, é que o secretário de Segurança tentou se aproveitar da situação para substituir o coronel Florisvaldo Cesar. Oficial admirado por sua disciplina, o coronel aceitou sair pra não criar um problema, mas o governador logo entendeu que a saída dele é que seria o problema.

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