Internacional

Roberto Azevêdo toma posse na OMC e avisa: 'O recesso acabou'

É o brasileiro a ocupar o mais importante posto em organismo internacional

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Tiago de Vasconcelos - Roberto Azevedo Posse 2

O embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo  tomou posse esta manhã, em Genebra, Suíça, no cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), embora ele tenha assumido o cargo há uma semana em substituição ao francês Pascal Lamy. Aos 55 anos, o baiano Azevedo é o primeiro latino-americano a assumir a direção-geral da OMC e o diplomata brasileiro a exercer o mais importante cargo na diplomacia mundial.

Em seu discurso, o novo dirigente máximo da OMC prometeu dedicar seu melhor esforço para fazer a entidade voltar a ser resolutiva, eficiente, e pregou a adoção da transparência como requisito fundamental. “Se vamos ter sucesso, precisamos ser honestos sobre os problemas que enfrentamos”. Ele também afirmou que “é essencial enfrentemos a paralisia nas negociações” e avisou: “O recesso acabou”. Foi muito aplaudido.

O ministro Luis Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) esteve presente na cerimônia e, durante seu discurso, leu uma mensagem pessoal da presidenta Dilma Rousseff elogiando o novo diretor-geral da OMC.

Diplomata de carreira e representante permanente do Brasil na OMC desde 2008, Azevêdo está diretamente envolvido em assuntos econômicos e comerciais há mais de vinte anos. Ele foi chefe do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, de 2005 a 2006, e liderou a delegação brasileira nas negociações da Rodada Doha da OMC, sobre liberalização de mercados.

O embaixador Roberto Azevêdo marcou também a reinauguração da Sala Brasil na sede da OMC. Apenas alguns países têm uma sala com seu nome. A sala é mobiliada com réplicas dos móveis originais, da década de 1950, e os custos foram arcados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em 1957, a Sala Brasil foi organizada pela CNI e outras entidades empresariais, mas ficou desativada nos últimos anos.

No período de 1919 a 1975, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) ocupou o edifício Centro William Rappard, atual sede da OMC. Para o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, a Sala Brasil representa a presença do país na história das organizações multilaterais de Genebra ? como membro fundador da OIT, em 1919, como signatário original do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT, na sigla em inglês, lançado em 1947), e como membro fundador da OMC, em 1995.

Para a diplomacia, a Sala Brasil na OMC é uma demonstração da importância do país nas negociações multilaterais e da relevância na economia mundial. Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiou a economia brasileira, classificando-a como promissora.

Azevêdo disse, em várias ocasiões, que sua vitória representa o crescimento da participação da América Latina no comércio internacional e nas negociações multilaterais. Ele acrescentou que sua preocupação está na ?paralisia? da OMC. Ele se referiu indiretamente à estagnação da Rodada Doha.

 

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