Um homem atormentado

Atormentado por 'dor crônica de difícil controle', Serra deixa o governo

Atormentado pelas dores, ministro se demite do governo Temer

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O ministro das Relações Exteriores, José Serra, enviou carta (abaixo) ao presidente da República, Michel Temer, pedindo exoneração do cargo por motivos de saúde. Documento obtido pelo Diário do Poder indica que o ex-ministro sofre mesmo de graves problemas, em sua coluna, que provocam inclusive "dor crônica de difícil controle", além de "distúrbios do sono", que lhe valeram a fama de ser alguém que troca o dia pela noite. Sabe agora que ele tinha dificuldades de dormir, em razão das dores que sente.

O documento, datado de 6 de fevereiro, assinado pelo fisiatra Roberto Rached, de São Paulo, aponta uma quantidade impressionante de problemas de saúde do ex-ministro, que levou constatar, depois do "pós-operartório artrodese cervical", em 19/12/2016, "compresão radicular cervical, transtorno do disco cervical, síndrome cérvico-braquial, cervicalgia, síndrome dolorosa miofascial, dor crônica de difícil controle e distúrbio do sono".

Em dezembro Serra foi internado no Hospital Sírio Libanês com “instabilidade segmentar vertebral e estenose foraminal” e foi submetido a cirurgia de descompressão e artrodese da coluna cervical (C4-C5), segundo a nota do hospital à época.

Na carta endereçada ao presidente Michel Temer, Serra afirma que "foi motivo de orgulho" parricipar do ministério e que, como senador, vai se empenhar na aprovação das reformas e demais medidas que são importantes para o País.

O aspecto frágil e a palidez vinham chamando atenção de todos quantos conviviam com o ex-chanceler. Na carta a Temer, ele lembra que o presidente tinha conhecimento do seu estado de saúde. O texto afasta qualquer possibilidade de que a demissão teve motivação polícia. "Faço-o com tristeza, mas em razão de problemas de saúde que são do conhecimento de Vossa Excelência", escreveu ele a Temer, "os quais me impedem de manter o ritmo de viagens internacionais inerentes à função de Chanceler. Isto para não mencionar as dificuldades para o trabalho dodia a dia. Segundo os médicos, o tempo para o restabelecimento adequado é de pelo menos quatro meses".

"Para mim foi motivo de orgulho integrar sua equipe", disse Serra ao presidente na carta de demissão. "No Congresso, honrarei meu mandato de senador trabalhando pela aprovação de projetos que visem à recuperação da economia, ao desenvolvimento social e à consolidação democrática do Brasil".

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