Manifesto público

Associação diz que afastamento de delegados da Lava Jato foi mal explicado

Dois delegados foram afastados da força-tarefa semana passada

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O Conselho de Diretores da Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal (ADPF) divulgou nesta quinta-feira (7) um manifesto público para demonstrar contrariedade e preocupação com o afastamento dos delegados federais Eduardo Mauat e Duílio Mocelin, que até a semana passada integravam a força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba. A ADPF caracterizou o afastamento como "precipitado e mal explicado".

De acordo com o manifesto, os delegados dizem que afastamentos súbitos dessa natureza geram atrasos e prejuízos para as investigações em andamento, que poderiam ser evitados por meio da simples manutenção do grupo atual da Lava Jato. "Fala-se em 'oxigenação' da operação. Porém, a carência de recursos humanos na Lava Jato é um problema antigo e ainda não superado, principalmente em comparação com operações de outras áreas. Tal fato demonstra que, efetivamente, a Lava Jato não é uma prioridade para a direção-geral da Polícia Federal", disse a associação.

Ao invés de substituir delegados responsáveis pelo sucesso da operação, a ADPF sugere que o comando da PF e o Ministério da Justiça devessem trabalhar para aumentar o efetivo da Lava Jato. Segundo os delegados, isso, sim, ajudaria a “dar fôlego” e a descartar de vez ameacas de desmanche do grupo responsável pela operação.

O Colégio de Diretores também expressou temor sobre a possível retirada de outra liderança da operação: a da delegada federal Erika Marena, uma das principais coordenadoras da Lava Jato. "O afastamento da delegada Erika traria um prejuízo irreparável à continuidade da operação", diz o texto.

O Conselho de Diretores da ADPF diz que cobrará maiores explicações sobre os afastamentos junto ao diretor-geral da PF e à Superintendência Regional em Curitiba.

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