Contra a cassação

Arthur Lira acha que seu eleitor compreende voto favorável a Cunha

Amigo de Cunha, deputado diz que nunca escondeu sua posição

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O isolamento do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ficou evidenciado com o placar esmagador da votação pela cassação de seu mandato, no fim da noite desta segunda-feira (12). Do plenário da Câmara, Cunha obteve apenas dez votos pela sua permanência no cargo, diante de 450 votos pela cassação. O deputado federal Arthur Lira (PP-AL) foi o único parlamentar da bancada alagoana a se inserir no seleto grupo de defensores do ex-presidente da Câmara, acusado de mentir e quebrar o decoro parlamentar, ao depor na CPI da Petrobras, além de ter sido denunciado no esquema do Petrolão.

Após a votação, o deputado federal Arthur Lira demonstrou que seus eleitores alagoanos compreendem seu posicionamento favorável à manutenção do mandato de Eduardo Cunha. O parlamentar que preside a Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional disse ao Diário do Poder que tem consciência tranquila por tentar proteger seu aliado, mesmo diante das acusações de que Cunha escondeu contas na Suíça e do fato que o ex-presidente da Câmara é réu em processos que apuram sua participação no esquema de cobrança de propina em obras de empresas estatais, investigado no âmbito da Operação Lava jato.

“Nunca escondi meu voto!! Minha consciência parlamentar está tranquila de acordo com meus eleitores”, respondeu Arthur Lira.

Após sua curta resposta, o Diário do Poder quis saber de Arthur Lira se algum acordo político com o deputado cassado teria ficado acima da análise mais detida aos fatos, ou se o parlamentar teria votado convicto de que não houve quebra do decoro por parte de Cunha. Mas o deputado alagoano respondeu que poderia falar sobre o assunto, quando retornasse a Maceió, nesta quarta-feira (14).

O deputado alagoano também foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) e é alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no esquema do petrolão. 

Fala cada vez mais alto a mensagem final de Cunha, repetida diversas vezes ao longo dos dez meses de duração de seu processo de cassação: "Amanhã pode ser vocês!". Uma minoria compreendeu.

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