Genebra

Argentina quer que HSBC devolva US$ 3,5 bi de contas

Argentinos querem repatriar fundos detidos por cerca de 4 mil argentinos

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O governo da Argentina exige que o HSBC devolva ao país US$ 3,5 bilhões. Em uma coletiva de imprensa em Londres, as autoridades de Buenos Aires indicaram que querem repatriar os fundos detidos por cerca de 4 mil argentinos que mantinham contas na sede do banco, em Genebra, alegando que o banco criou uma "plataforma" para permitir a transferência ilegal de capital.

O HSBC está no centro de um escândalo mundial depois que uma rede de jornalistas investigativos publicou uma lista de mais de 100 mil correntistas que tiveram seus recursos depositados em Genebra. Entre os brasileiros, eram cerca de 8,7 mil contas com mais de US$ 7 bilhões.

No final de 2014, as autoridades argentinas já tinham aberto um processo contra o HSBC por evasão fiscal. Agora, Buenos Aires estima que US$ 3,5 bilhões teriam saído de forma ilegal e com a ajuda do HSBC. 

"Queremos saber se o HSBC apoiou o comportamento dos responsáveis da sucursal argentina e, depois, esperamos que o dinheiro seja repatriado", disse o diretor da Administração Fiscal da Argentina, (AFIP), Ricardo Echegaray.

Nesta segunda-feira, o diretor-geral do HSBC, Stuart Gulliver, compareceu diante da comissão parlamentar sobre contas públicas. Os deputados britânicos queriam saber sua relação com o escândalo, conhecido como SwissLeaks.

Para a administração fiscal da Argentina, a abertura das contas e a operação fraudulenta teriam sido supervisionadas por representantes do HSBC na Argentina, EUA e na Suíça. Ainda em novembro de 2014, o escritório do banco em Buenos Aires foi alvo de uma operação da Justiça argentina. 

"HSBC tem a responsabilidade de repatriar esse dinheiro para a Argentina, de se separar do responsável do HSBC na Argentina e de mudar sua política em relação a seus clientes", declarou Echegaray.

Além do dinheiro, o argentino explicou que estão lançando um pedido internacional de prisão contra o contador argentino Miguel Abadi e com residência hoje no Reino Unido. Ele teria transferido US$ 1,4 bilhão por meio de um fundo de investimentos. 

Em nota, o HSBC se limitou a dizer que está "cooperando totalmente com as agências reguladoras da Argentina, incluindo as autoridades fiscais e judiciárias". (AE)

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