Airbus da Germanwings

'Abra esta maldita porta!', gritou piloto antes de queda

Essas foram as últimas palavras registradas pela caixa preta

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As últimas palavras registradas na caixa preta do Airbus da Germanwings revelam o drama do piloto tentando voltar à cabine. "Abra esta maldita porta!", gritou ele para o copiloto Andreas Lubitz, que insistiu em direcionar o avião de encontro aos Alpes na França, matando os 150 passageiros.

As investigações também continuam revelando detalhes da vida do copiloto do voo 4U9525 da Germanwings. Segundo novos detalhes revelados neste domingo, 29, Andreas Lubitz sofreria de escolamento de retina. A informação foi revelada pelo jornal alemão Bild, segundo o qual não há certeza entre os investigadores se os problemas de visão eram decorrentes de causas físicas ou psicológicas.

Segundo o Bild, os investigadores encontraram provas de que Lubitz temia perder a visão, aparentemente, devido a um descolamento de retina. Entretanto, não ficou claro se o problema oftalmológico tinha uma causa orgânica ou era decorrente de uma doença psicossomática, quando problemas físicos são causados ou agravados por fatores psicológicos, como o estresse, por exemplo.

O Die Welt, outro veículo alemão, citou um investigador sênior dizendo que o copiloto de 27 anos "era tratado por vários neurologistas e psiquiatras", acrescentando que diversos medicamentos foram encontrados em seu apartamento, na cidade alemã de Dusseldorf. 

Segundo o jornal, a polícia também teria descoberto anotações pessoais que mostravam que Lubitz sofria de "graves sintomas de estresse excessivo".

A Lufthansa, empresa controladora da companhia aérea de baixo custo para a qual o copiloto trabalhava, declarou não ter conhecido que Lubitz sofria de qualquer doença psicossomática ou física. 

Um porta-voz da promotoria de Dusseldorf se recusou a comentar os vários relatos da imprensa, acrescentando que não haveria nenhum anúncio oficial antes de hoje.

DNA. Paralelamente aos trabalhos da procuradoria alemã, investigadores franceses avançaram na análise dos restos humanos encontrados na região do acidente e encontraram DNA de 78 pessoas, mais da metade do total que ia a bordo do voo 4U9525. 

Os nomes relativos aos DNAs, no entanto, ainda não foram divulgados. A determinação depende do cruzamento de dados extraídos no laboratório de campanha de Seyne-les-Alpes das mostras recolhidas de parentes das vítimas. 

Essa segunda etapa não acontecerá até que todos os restos mortais tenham sido recolhidos. Quando isso ocorrer, será possível identificar cada um dos passageiros. 

Os dispositivos médico, psicológico e logístico de apoio às famílias das vítimas do acidente do avião é mantido em funcionamentos nos Alpes franceses.

Os trabalhos são feitos no ritmo já determinado por esses profissionais, que contam com 50 voos de helicóptero diários e 50 pessoas trabalhando em terra.

De acordo com o Brice Robin, da Promotoria de Marselha, para acelerar as buscas a previsão é de que se abra um caminho para que veículos possam circular e que conduzirá até o epicentro da tragédia, o que pode facilitar os trabalhos. Contudo, não há previsão de que eles terminem em menos de dez dias.

Somente ao fim desse processo que os corpos serão entregues a seus parentes. É possível, ainda, que a Justiça ordene análises complementares do piloto e do copiloto, como orienta o protocolo habitual em qualquer acidente.  (AE)

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