Tiros e perseguição

Ao menos 200 presos fogem após rebelião em Bauru (SP)

Detentos roubaram carros de moradores, houve tiros e perseguição

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Presos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP3) deram início a uma rebelião e atearam fogo em alas do prédio, na manhã desta segunda-feira, 24, em Bauru, interior de São Paulo. A revolta se espalhou pelos três pavilhões e ao menos 200 conseguiram fugir, segundo a Polícia Militar de Bauru. Na fuga, os presos roubaram carros de moradores, causando pânico. Houve tiros e perseguição com a ajuda do helicóptero Águia da Polícia Militar.

A rebelião começou por volta das 8h30, segundo a PM. Os detentos incendiaram colchões e depredaram o prédio, mas não há notícia de reféns ou mortos. De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado de São Paulo (Sindasp), o motim teria começado depois que um agente viu um preso usando um telefone celular e tentou apreender o aparelho. Os outros presos da ala se revoltaram.

"Em princípio, os presos questionaram a disciplina da unidade que seria, segundo eles, muito dura. Eles se rebelaram contra o diretor de segurança da unidade, que voltou de férias", diz Daniel Grandolfo, presidente do Sindasp. Segundo Grandolfo, o motim não teria relação com a guerra entre facções criminosas, registrada recentemente em outros presídios brasileiro, como no Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte. No CPP3 de Bauru estariam apenas detentos que pertencem ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

A Tropa de Choque da PM entrou no presídio e, às 10h30, a situação era tida como controlada. Viaturas do Corpo de Bombeiros também conseguiram conter as chamas ateadas em colchões e pneus por volta das 11h30, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Agentes penitenciários fazem, neste momento, a contagem nas celas do CPP3.

A PM também foi chamada para tentar recapturar os foragidos e já teria conseguido deter parte deles. Construído em uma área rural, o CPP3 de Bauru tem capacidade para 1.124 presos do regime semiaberto, mas estava com 1.427 detentos. (AE)

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