Desistência

Andrea Leadsom abandona disputa pela liderança do Partido Conservador

Sua rival Theresa May, ministra de Interior, é agora candidata única

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LONDRES – A secretária de Estado britânica de Energia e Mudanças Climáticas, Andrea Leadsom, anunciou nesta segunda-feira, 11, que deixou a disputa pela liderança do Partido Conservador e, consequentemente, pelo cargo de primeira-ministra do Reino Unido, deixando sua rival Theresa May, ministra de Interior, como candidata única.

Andrea e Theresa May disputariam as duas posições em eleição entre os cerca de 150 mil membros do partido prevista para o dia 9 de setembro. A desistência, no entanto, abre caminho para que a ministra da Interior assuma a nova posição antes e dê prosseguimento ao processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Andrea, de 53 anos, era pouco conhecida entre os britânicos até despontar como uma voz de destaque da campanha do referendo de 23 de junho, no qual 52% dos cidadão dos Reino Unido votarão pela separação do bloco europeu. Sem nenhum experiência em cargos executivos, ela estava enfrentando fortes críticas da imprensa, especialmente depois de uma entrevista em que aparentemente sugeriu que o fato de ser mãe a tornava mais qualificada para comandar o país – Theresa May não tem filhos.

Nesta segunda-feira, a secretária de Energia e Mudanças Climáticas leu uma nota para a imprensa na qual confirmou a decisão de abandonar a disputa por considerar que uma disputa de 9 semanas pela liderança do partido algo "altamente indesejável" em um momento tão crítico para os britânicos. Ela também reconheceu que Theresa May também conseguiu um apoio muito maior entre os membros do partido no Parlamento, na semana passada.

"Uma liderança forte é necessária para dar início ao trabalho de deixar a UE", afirmou Andrea. "Eu conclui que os interesses do nosso país serão melhor servidos pela indicação imediata de uma primeira-ministra forte e com bastante apoio. Estou, portanto, abandonando a disputa pela liderança e desejo a Theresa May o maior sucesso possível. Garanto que ela terá todo meu apoio."

Caminho para a liderança. Theresa May, de 59 anos, que ocupa o cargo de ministra de Interior há seis anos, se tornará agora a segunda primeira-ministra do Reino Unido, depois de Margaret Thatcher (1979-1990), a “Dama de Ferro”. Ainda não está claro, porém, quando isso ocorrerá.

Graham Brady, líder dos 330 deputados conservadores no Parlamento, afirmou que os procedimentos constitucionais ainda devem ser cumpridos antes da oficialização de Theresa May como premiê, mas que o objetivo era confirmar a nova líder do partido e do país o quanto antes possível.

"Não estamos discutindo uma coroação, mas sim um processo procedimental que deve ser concluído muito em breve", afirmou Brady,

Em um discurso na manhã desta segunda-feira, Theresa May voltou a reafirmar sua visão sobre a economia do país, pedindo que o Reino Unido seja um país "que funcione para todos e não para alguns poucos privilegiados".

"Nas próximas semanas definirei como conduziremos nossa economia durante este período de incertezas, para que ela cresça fortemente em todos os setores, para lidar com o problema de longa data quanto a nossa produtividade, para criar empregos com melhores empregos, para negociar os melhores termos para a saída britânica da UE e para definir um novo papel para o nosso país no mundo", afirmou Theresa May.

Ela, que era defensora da permanência dos britânicos no bloco regional, também voltou a repetir que não será realizada uma segunda votação sobre o assunto e que não será feita nenhuma tentativa de volta para a UE pelas portas dos fundos. "Como premiê, me comprometo a fazer com que nosso país deixe a União Europeia", garantiu. (AE)

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