Impeachment de Dilma

Alckmin e Aécio Neves tentam unificar discurso no PSDB

Tucanos não endossaram iniciativa do movimento pró-impeachment

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Enquanto a bancada do PSDB na Câmara dos Deputados assume a linha de frente do movimento suprapartidário pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves e o governador Geraldo Alckmin se esforçam para demonstrar que as divisões internas sobre o tema estão superadas.

Em um encontro na tarde de ontem no Palácio dos Bandeirantes, a dupla discutiu um discurso único antes de seguir no mesmo carro para um evento com militantes em um clube da capital.  Cotados para disputar a Presidência em 2018, o governador e o senador subiram juntos no palanque e trocaram elogios, mas não endossaram em nenhum momento a iniciativa da frente parlamentar oposicionista de deflagrar o movimento pelo impedimento de Dilma. Aécio é favorável à medida, mas Alckmin é contra.

“Aqueles que acreditam na divisão do PSDB vão errar e vão perder, porque nós vamos estar juntos pela responsabilidade que nós temos pelo Brasil”, disse Aécio em seu discurso. Ele também disse que pretende percorrer o Brasil com o governador durante as eleições municipais de 2016.

“Aqui em São Paulo está, mais do que em qualquer outro Estado, a alma e o coração do PSDB, porque vocês têm hoje Geraldo Alckmin, a mais importante e respeitada liderança política”, concluiu Aécio, que é presidente nacional do PSDB.

Conhecido pelo estilo moderado e conciliador, o governador retribuiu criticando duramente o PT, o que é uma marca registrada das falas de Aécio. "Eu disse que o PT havia chegado ao fundo do poço, mas parece que para eles o poço é móvel, sempre pode piorar", afirmou o governador em entrevista antes do evento.

Questionado sobre o impacto do rebaixamento da nota do Brasil pela agência internacional Standard & Poor's sobre o ímpeto do movimento pelo impeachment, Alckmin foi categórico: "Não tem a ver nota de empresa de avaliação de risco com impeachment, não há uma relação entre uma coisa  e outra. A questão do impeachment terá que ser analisada à luz da Constituição brasileira". Os tucanos se encontraram em evento do PSDB de recepção aos novos filiados à sigla. (AE)

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