Brigando por privilégios

Alagoas: sindicalistas atacam reformas e calam sobre desemprego e corrupção

Pelegada cala diante de corrupção e 2º maior desemprego do País

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Como parte da estratégia que mobilizou bloqueios a rodovias nesta segunda-feira (19), para chamar atenção contra a Reforma da Previdência, um grupo de sindicalistas foi até o Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares tentar constranger parlamentares que apoiam a proposta que estava prevista para ser votada no Congresso Nacional. Os sindicalistas perseguiram e hostilizaram o senador Benedito de Lira (PP-AL), no saguão do aeroporto de Maceió, mas também bajularam o ex-governador e deputado federal Ronaldo Lessa (PDT-AL).

O senador Biu suportou as provocações e passou depressa pelo grupo, já o deputado Ronaldo Lessa aproveitou o momento para fazer discurso diante da plateia de sindicalistas apoiadores da manutenção de privilégios como aposentadorias integrais no serviço público, negadas a 90% dos trabalhadores da iniciativa privada.

A militância era formada por integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e de sindicalistas ocupantes de cargos públicos, que não têm protestado, por exemplo, contra a corrupção dos políticos alagoanos enrolados na Lava Jato, como o senador Renan Calheiros (MDB-AL), e o fato de Alagoas ter fechado o ano de 2017 como o campeão do Nordeste em desemprego, só não perdendo para o Rio de Janeiro em fechamento de postos de trabalho do País.

Assista ao protesto contra o senador Bendito de Lira: 

DEFESA DE EXTREMOS

Os sindicalistas alagoanos dos partidos "de esquerda" agem como se fossem donos da patente da bandeira da ética e do combate à pobreza no Brasil, enquanto defendem ex-presidente condenado por corrupção e transformam sindicatos em comitês do MDB para as reeleições do governador Renan Filho e do senador Renan Calheiros, em Alagoas.

A turma fala em defesa dos mais pobres, como argumento para não aprovar as reformas, mas anda em sintonia fina com o senador alvo de 12 processos que investigam denúncias de ilegalidades e crimes, em sua maioria ligadas ao escândalo de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, que tirou bilhões das políticas públicas dos brasileiros pobres, em nome de um projeto de poder.

Enfim, a turma que chamou o senador Benedito de Lira de golpista, no aeroporto, onde aclamaram o deputado aliado de Renan, parece não se importar com o fato de o primeiro ano do governo de Renan Filho ter fechado, em 2015, 4.703 empregos com carteira assinada em Alagoas; e de ter retrocedido ainda mais nos anos seguintes, com o registro de 8.503 postos de trabalho fechados em 2016 e 8.255, em 2017, segundo dados do Caged.

Para a presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rilda Alves, os militantes dos sindicatos e entidades reagiram à proposta pelo fato de o texto ser "extremamente prejudicial aos trabalhadores brasileiros, sobretudo, aos mais pobres".

Mas enquanto a palavra golpe permeia a retórica desses sindicalistas, a realidade dos trabalhadores no Estado governado pelos amigos de Lula e do PT não parece ser “extremamente prejudicial”. O que importa é ter Renan, na luta contra o fim dos privilégios que ameaçam a “bonança” do peleguismo alagoano.

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