Atitude "perfeita"

Agripino elogia Toffoli por desistir de enviar observadores à Venezuela

Ministro ficou desapontado com a indicação de Jorge Taiana

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A decisão do ministro Dias Toffoli, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de que o Brasil não enviará técnicos para acompanhar a eleição legislativa na Venezuela, foi elogiada pelo senador José Agripino (DEM/RN). O ministro pretendia que o jurista Nelson Jobim chefiasse a missão e ficou desapontado com a indicação de Jorge Taiana, ex-terrorista do grupo Montoneros e ex-chanceler da Argentina.

O senador Agripino, que compõe a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), considera a atitude de Toffoli “perfeita”. “Acho que o ministro agiu mais do que certo pelo fato de não colocar o Brasil como integrante de uma farsa”, disse.

Segundo o senador, o governo da Venezuela pretende “montar uma farsa” para acobertar eventuais fraudes eleitorais.  “O ministro Toffoli, em muito boa hora, e eu concordo com a atitude dele, recomenda que o Brasil não participe dessa farsa. É um gesto republicano e, do ponto de vista democrático, perfeito”, concluiu.

Taiana foi indicado pelo secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, simpático ao regime chavista. A intenção de Toffoli era que o trabalho realizado pelo ex-ministro da Justiça como chefe da missão de observadores internacionais garantisse a independência do grupo diante das habituais pressões do regime chefiado por Nicolás Maduro. A eleição será realizada em 6 de dezembro.

O TSE ainda não divulgou nota oficial sobre as razões do ministro em tomar essa decisão. O presidente da CRE, senador Aloysio Nunes (PSDB/SP), preferiu não se manifestar antes da publicação da nota. O vice-presidente da comissão, senador Valdir Raupp (PMDB/RO) também não quis comentar a decisão. Questionado sobre a decisão de Toffoli, o Itamaraty não respondeu à reportagem.

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