Obra de hidrelétrica

Aécio embolsou propina de R$30 milhões por contrato no governo Lula

Delator: foram R$30 milhões depositados lá fora. Veja o vídeo.

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O senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu R$30 milhões em propina depositados em contas de amigos e empresas no exterior por sua atuação em favor da Odebrecht na obra da Usina de Santo Antônio, em Roraima, contratada no governo Lula (PT), segundo revelou em depoimento o ex-executivo da empreiteira Henrique Valadares.

Valadares contou que os pagamentos no exterior foram acertados numa reunião da qual ele participou, acompanhando Marcelo Odebrecht, com o então governador Aécio Neves, no início de 2008, no Palácio das Mangabeiras, residência oficial em Belo Horizonte. Ele garante que durante toda a conversa não se falou em valores ou propina, mas, ao final da reunião, já nas despedidas, Aécio lhe disse que o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo iria procurá-lo. Somente quando já estava no carro com Marcelo Odebrecht é que Valadares diz ter sido informado do acerto de um pagamento com Aécio “em troca de apoio a obras de Jirau”, no valor de R$50 milhões, dos quais R$30 milhões caberiam à Odebrecht e R$20 milhões à Andrade Gutierrez.

Dias depois, Dimas Toledo se reuniu com Valadares na sede da Odebrecht no Rio com a “demanda” do então governador de Minas: R$30 milhões. Os pagamentos “foram todos feitos no exterior, em contas de amigos ou de empresas ou de trusts ou algo do gênero”, explicou Valadares.

Um dos destinatários da propina, segundo o delator, foi o empresário Alexandre Acciolly, dono da rede de academias Bodytech, por meio de pagamentos mensais de um a dois milhões de reais.

A Odebrecht também fez pagamentos, no caixa 2, nas eleições de 2010 e 2014. O ex-diretor da empresa em Minas Sérgio Neves, em 2009 Aécio pediu ajuda para a pré-campanha do senador Antônio Anastasia, que naquele ano concorria ao governo mineiro. O valor combinado foi de R$1,8 milhão pagos através de um contrato fictício com a PVR Propaganda e Marketing Ltda, do marqueteiro do tucano Paulo Vasconcelos.

No ano seguinte, segundo Benedicto Júnior, Aécio o procurou pessoalmente para solicitar mais doações para Anastasia. Os pagamentos totalizaram R$5,475 milhões.

Pagamentos através do marqueteiro voltaram a acontecer em 2014, quando Aécio foi candidato à presidência da República. De acordo com Sérgio Neves, em janeiro, Benedicto Júnior acertou com o senador um pagamento de R$6 milhões através da empresa de marketing de Paulo Vasconcelos. Benedicto Júnior disse que Aécio pediu R$9 milhões, que foram divididos entre Anastasia, Dimas Fabiano Toledo, Pimenta da Veiga  e Oswaldo Borges Costa.

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