Ações da Petrobras sobem 6% com boato de venda de ativos
Rumor de venda de participação na Braskem impulsiona a alta
As ações da Petrobrás operam em forte alta nesta segunda-feira, puxadas pela expectativa da divulgação do balanço auditado, pela entrada de estrangeiros na ponta compradora e pela alta do petróleo. Além disso, a estatal pretende vender uma participação bilionária que detém na Braskem, como parte do seu plano de desinvestimento.
Às 11h25, Petrobrás ON subia 7,19% e PN avançava 6,09%, impulsionando o Ibovespa, que ganhava 0,78%, aos 54.638,76 pontos, consolidando-se no positivo após a abertura de Nova York. No atual patamar, os papéis da petroleira acumulam ganhos de mais de 50% em um mês. Mais cedo, o petróleo para maio subia mais de 2% na Nymex, para a casa de US$ 52,72 o barril.
A expectativa do mercado é que os dados financeiros auditados da estatal sejam apresentados na próxima reunião do conselho de administração, que será realizada nesta sexta-feira, dia 17. Mas dois pontos ainda faltavam ser tratados para que o resultado fosse finalmente publicado.
O primeiro era chegar a um consenso sobre a melhor metodologia de cálculo das perdas. Sem uma metodologia definitiva, a diretoria ainda não havia apresentado aos conselheiros a estimativa do prejuízo decorrente da corrupção investigada na Operação Lava Jato. Fontes indicaram que a baixa contábil, que incluirá perdas com a depreciação de ativos, deve ficar entre R$ 20 bilhões e R$ 40 bilhões. Outro ponto era a definição pela auditoria independente dos nomes de funcionários da estatal que são suspeitos de participar do esquema de desvio de recursos e ainda participam da contabilidade do balanço.
Dólar. No mercado de câmbio, o dólar apresenta volatilidade nesta segunda-feira. Após abrir em alta, a moeda passou a oscilar. Às 11h34, a divisa era cotada a R$ 3,093, em alta de 0,19%.
Na pesquisa Focus desta semana, pela primeira vez o cenário para 2015 parece ter parado de piorar. A projeção para o IPCA este ano caiu de 8,20% para 8,13% e, para 2016, seguiu em 5,60%.
A expectativa de retração do PIB em 2015, por sua vez, se manteve em 1,01%, enquanto a expansão estimada para 2016 recuou de 1,10% para 1,00%. A projeção para a Selic no fim de 2015 seguiu em 13,25% e, para fim de 2016, em 11,50%. O câmbio para fim de 2015 se mantém em R$ 3,25 e, para fim de 2016, em R$ 3,30.
No cenário político, as manifestações populares contra o governo, a presidente Dilma Rousseff e a corrupção, no domingo, perderam força. A presidente, que já voltou de uma viagem ao Panamá, onde se encontrou com os principais líderes das Américas, tem reunião com o vice, Michel Temer, o novo coordenador da articulação política.
Já no cenário internacional, os dados fracos de balança comercial elevam preocupação com o PIB da China. No mês passado, as exportações caíram 10,0% na comparação anual, depois de um avanço de 48,3% em fevereiro. Economistas esperavam aumento de 15,0%. As importações, por sua vez, recuaram 12,7%, ante uma expectativa de queda de 12,0%. (AE)