A 5 meses dos Jogos, só 47% dos ingressos foram vendidos
Baixa procura do público pela Paralimpíada preocupa organização
Os organizadores dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro venderam apenas 47% dos ingressos até agora e a atratividade dos eventos começa a preocupar o COI. Nesta quarta-feira, o presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, explicou aos membros internacionais do COI os detalhes sobre o orçamento do evento, o que levantou certas preocupações em termos do impacto dos cortes sobre os Jogos.
No total, o Comitê informou ao COI que arrecadou US$ 194 milhões, 74% da receita que esperava. Mario Andrada, diretor de Comunicação do Rio-2016, admitiu que a crise econômica no Brasil seria um dos motivos das vendas abaixo do esperado, principalmente para os Jogos Paralímpicos. Os principais eventos, como a abertura dos Jogos, já estão "tecnicamente esgotados".
Segundo ele, cabines eletrônicas vão ser instaladas pela cidade do Rio para garantir maior venda. A questão dos ingressos, porém, tem deixado o COI alarmado. Para diversas federações esportivas, a renda dos Jogos é a principal fonte de recursos por quatro anos.
Andrada e o presidente do Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, porém, mantinham discursos diferentes. Ao falar com a imprensa, Nuzman garantiu que não haveria um corte no orçamento. Já Andrada admitiu "cortes impressionantes", inclusive em construções temporárias e operações das instalações. O orçamento, porém, ficou por enquanto equilibrado em R$ 7,4 bilhões.
O Rio-2016 foi obrigado a cortar 12% do orçamento, cerca de R$ 900 milhões. Nesta quarta, diante do COI, os brasileiros foram obrigados a explicar os números.
Nuzman, porém, insiste que "nada" vai afetar os Jogos e os serviços prestados aos atletas. O brasileiro também garante que a crise política no Brasil não está afetando a preparação dos Jogos.
Questionado sobre as obras do metrô, a liberação tardia de dinheiro pelo BNDES e problemas entre prefeitura, governo do Estado e governo federal, Nuzman garantiu que existe "unidade total".
ZIKA
Nuzman também voltou a garantir aos organizadores do COI que a questão do zika vírus não será um obstáculo ao evento. Citando a OMS, os brasileiros insistiram que não existe recomendação para não viajar ao Brasil. Nesta semana, porém, o Centro de Controle de Doenças dos EUA sugeriu que mulheres grávidas não viagem aos Jogos. (AE)