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Cientista Fluminense está entre os pesquisadores que buscam a cura do coronavírus

Para ele, um dos obstáculos nesse trabalho é a grande defasagem de testes no Brasil

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A bolsa tem duração de três meses Foto: Arquivo pessoal

O cientista brasileiro Rômulo Neris faz parte do time formado por pesquisadores do mundo todo, que procuram a cura do novo coronavírus, que já infectou 6.799.713 e causou a morte de 397.388 pelo mundo todo.

Neris está entre os sete pesquisadores brasileiros selecionados para estudar a Covid-19, com uma bolsa da Dimensions Sciences, uma organização fundada nos Estados Unidos pela brasileira Marcia Fournier, executiva na área de biotecnologia.

Antes do início da pandemia, em agosto do ano passado, ele estava fazendo seu doutorado na University of California Davis, nos Estados Unidos, para defender a tese sobre o chikungunya.

Neris voltou dos EUA no final de maio. Em breve dará início as pesquisas sobre o coronavírus, ajudando a processar testes moleculares que estão sendo feitos no Centro de Triagem Diagnóstica para covid-19 criado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Para ele, um dos obstáculos nesse trabalho é a grande defasagem de testes no Brasil. “Os casos estão sendo subnotificados, já não conseguimos nem mais estimar muito o quão subnotificada é a situação no país”.

Durante três meses, Neris que é graduado em ciências biológicas e mestre em microbiologia pela UFRJ, vai se debruçar sobre o vírus em laboratório. “Vou estudar a genética do vírus e suas mutações, mas também alterações observadas no indivíduo durante a infecção, como metabólicas e pulmonares. A ideia é entender como o vírus infecta células de diferentes tecidos e por que há quadros tão diversos e às vezes tão graves, em alguns, sem nenhum tipo de comorbidade”.

Rômulo nasceu e cresceu na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Estudou e batalhou para chegar aos 27 anos no patamar em que se encontra hoje. Doutorando em imunologia e inflamação na UFRJ, com várias experiências nos Estados Unidos, onde foi bolsista do programa Fullbright, financiado pelo governo americano, Neris  tem a impressão que o pós-graduando brasileiro é encarado como um “eterno estudante”.

“O Brasil ainda lida, principalmente na ciência, de um jeito muito amador com os pesquisadores. Quem faz mestrado, doutorado, quem está produzindo em laboratório, é visto como um eterno estudante,  e isso não é demérito aos estudantes, mas fazer ciência também é uma profissão.” (Com informações BBC News Brasil).

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