CPI da Pandemia

Artigo de Araújo no ‘Diário do Poder’, citado por Aziz, não critica China. Leia

Artigo analisou livreto de Slavoj Žižek, teórico marxista que prega infecção do "vírus ideológico"

acessibilidade:
O ex-chanceler Ernesto Araújo o senador Omar Aziz, presidente da CPI da Pandemia - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado.

O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), citou um artigo do ex-chanceler Ernesto Araújo no Diário do Poder para advertir o embaixador que ele se encontra sob juramento e não pode faltar à verdade, quando afirma que não fez declarações contra a China.

Em resposta, Araújo explicou a Aziz que seu artigo “Chegou o comunavírus”, publicado em 22 de abril do ano passado, ao contrário do que sugere seu título, não se referia à China. Era uma análise do livreto “Virus”, de Slavoj Žižek (à esq.), um dos principais teóricos marxistas da atualidade, publicado na Itália.

Clique aqui para ler o artigo de Ernesto Araújo para o Diário do Poder, mencionado pelo senador Omar Aziz. Nesse artigo, Araújo explica que Žižek “revela aquilo que os marxistas há trinta anos escondem: o globalismo substitui o socialismo como estágio preparatório ao comunismo”, escreveu ele.

“A pandemia do coronavírus representa, para ele, uma imensa oportunidade de construir uma ordem mundial sem nações e sem liberdade”, analisou o diplomata.

No texto para o DP, Ernesto Araújo escreveu que “o Coronavírus nos faz despertar novamente para o pesadelo comunista” e anuncia: “chegou o Comunavírus”.

O ex-chanceler citou em seu artigo alguns trechos do livreto de Žižek, que ele classifica de “obra-prima de naïveté canalha, que entrega sem disfarce o jogo comunista-globalista de apropriação da pandemia”.

No livreto criticado por Araújo, Žižek afirma: “Tomara que se propague um vírus ideológico diferente e muito mais benéfico, e só temos a torcer para que ele nos infecte.”

Ernesto se refere à China, em seu artigo, mas não critica aquele país, apenas o situa no livreto que analisou:

Žižek tem uma atitude ambígua em relação à China. Admira o que considera o êxito chinês no controle social, mas ao mesmo tempo não parece querer identificar a sua própria concepção de comunismo com o regime chinês, talvez porque o comunismo, ao final das contas, exige o fim do Estado, enquanto a China representa o modelo de Estado forte que o comunismo visa a superar. Esse não-Estado, esse grau zero do Estado que corresponde ao grau máximo do poder, Žižek vai buscá-lo nos organismos internacionais, que permitiriam, no que parece ser a sua visão, o exercício totalitário sem um ente totalizante, um ultrapoder rígido mas difuso, exercido em nome da “solidariedade” e portanto inatacável – pois quem ousaria posicionar-se contra a solidariedade? “Solidariedade” é mais um conceito nobre e digno que a esquerda pretende sequestrar e perverter, corromper por dentro, para servir aos seus propósitos liberticidas. Já fizeram ou tentaram fazer o mesmo com os conceitos de justiça, tolerância, direitos humanos, com o próprio conceito de liberdade.”

 

Reportar Erro