Eleições 2018

Vaquinha para campanha de Fernando Pimentel é bancada por dirigentes de estatais

Do total arrecadado, 82% vem de pessoas que têm algum vínculo com o governo ou com o petista

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Dirigentes e funcionários de entidades estatais em MG bancam vaquinha virtual de Fernando Pimentel.

Após a proibição de doações de empresas para campanhas eleitorais, muitos candidatos buscam alternativas autorizadas pela Justiça Eleitoral; a vaquinha virtual é uma delas. O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), já aderiu ao financiamento coletivo online para tentar a reeleição no estado.

Até esta terça (17), o petista já tinha arrecadado R$ R$ 43.897,65. Desse total, 82% vieram de pessoas que têm algum vínculo com o governo ou com Pimentel — principalmente de dirigentes e funcionários de entidades estatais de Minas Gerais.

Entre os doadores está o presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Marco Aurélio Crocco Afonso, que contribuiu com R$ 7 mil. Os funcionários do banco controlado pelo governo mineiro doaram outros R$ 7 mil. Já o presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), Marco Antônio Castello Branco, alimentou em R$ 5 mil a vaquinha de Pimentel. O secretário de Transporte e Obras Públicas, Murilo de Campos Valadares, contribuiu com pouco mais de R$ 1 mil.

O maior doador até agora é o presidente da transmissora de energia elétrica Taesa, Raul Lycurgo Leite, que contribuiu com R$ 9 mil. A Taesa tem como acionista a estatal de energia de Minas Gerais, a Cemig, onde Lycurgo já atuou como diretor. Há ainda contribuições de um secretário do PT e um ex-funcionário do Ministério do Desenvolvimento.

A lei limita em R$ 1 mil as doações a financiamentos coletivos online. Por isso, os principais doadores fizeram mais de um repasse à vaquinha de Pimentel. As doações de pessoas ligadas ao governo são consideradas naturais e estão dentro da legalidade. O abuso de poder político só ocorreria se essas pessoas tivessem sido obrigadas a doar.

Processo de impeachment

Em maio deste ano, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) suspendeu a tramitação do processo de impeachment contra o governador Fernando Pimentel. O líder do governo, o deputado estadual Durval Ângelo (PT), questionou o trâmite de acolhimento e o conteúdo do pedido.

O petista foi denunciado por um suposto calote de R$ 300 milhões junto ao Legislativo, o que levou ao atraso do pagamento do salário de servidores, fornecedores e dos próprios deputados estaduais. A denúncia aponta ainda diversas falhas do mesmo tipo junto à várias prefeituras mineiras.

Após aceitar a denúncia, a ALMG determinou, por meio do vice-presidente da Casa, o deputado Lafayette Andrada (PRB), a formação de uma comissão específica para tratar sobre o pedido de impeachment. O líder do governo argumentou que a Mesa Diretora não fundamentou sua decisão ao receber a denúncia e não apontou os requisitos para que o pedido fosse levado adiante. Por isso, o erro feriria o processo legal e invalidaria o recebimento do pedido de impeachment. (Com informações da FolhaPress)

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