Aflição no Pinheiro

Senado debaterá riscos para bairro de Maceió ameaçado por tremores de terra

Senador Rodrigo Cunha garantiu audiência em busca de solução para moradores e empresas

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Senador Rodrigo Cunha ao presidir sessão da CTFC do Senado. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A unanimidade dos integrantes da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado da República, aprovou nesta terça-feira (26) o requerimento de autoria do senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL) para realizar audiência pública sobre o fenômeno geológico que levou apreensão a moradores do bairro do Pinheiro, em Maceió (AL), atingida há um ano por tremores de terra que ampliaram rachaduras no solo e em imóveis de áreas próximas a poços de extração de sal-gema.

Segundo o senador alagoano que preside a CTFC, o tema será “prioridade absoluta” na comissão, após o carnaval. Na ocasião, além dos riscos e incertezas para os moradores, será discutida a situação de 2.700 empresas da região que estão fechando as portas por causa do colapso do território do bairro.

O material de divulgação da aprovação da audiência destaca que o evento levará ao Senado Federal gestores públicos federais e agentes públicos, geólogos e todos os entes envolvidos para buscar soluções para o problema, que a assessoria de Rodrigo Cunha afirma estar se configurando como “uma verdadeira tragédia anunciada”.

Rodrigo Cunha defende que o foco da audiência seja estabelecer prazos para que as pessoas que estão perdendo suas casas saibam como serão seus futuros; definição que não ocorreu nas reuniões anteriores realizadas em Maceió por outras instituições. Por isso, considerou importante ouvir os ministérios de Minas e Energia e do Desenvolvimento Regional, além de trazer a Caixa Econômica, o Banco do Brasil e, sem citar a Braskem, que explora sal-gema na região, disse que precisa de respostas de empresas mineradoras supostamente envolvidas no caso.

“Precisamos saber como é que será a vida dessas pessoas daqui pra frente. As pessoas que estão saindo de casa, quando vão voltar? Ou não voltam? Esse laudo que está sendo preparado, quando sai? Quem vai assinar o laudo sobre o que de fato está acontecendo? Iremos buscar essas informações para termos uma solução final para tudo isso”, afirmou o senador Rodrigo Cunha, através de sua assessoria de imprensa.

O presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) chegou a atribuir os problemas do Pinheiro à atividade de mineração no bairro, feita pela Braskem. A mineradora subsidiária da Odebrecht explora a extração de sal-gema em Maceió desde 1975, mas garante operar com segurança e não ser responsável pelos problemas geológicos.

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