Réus da Lava Jato no Rio de Janeiro pedem anulação de delação premiada
Perícia no celular do ex-subsecretário de Saúde teria mostrado que ele quebrou do acordo
Os empresários Miguel Iskin e Gustavo Estellita, presos pela Operação Lava Jato, pedem a anulação da delação premiada do ex-subsecretário de Saúde do Rio de Janeiro César Romero.
As defesas dos réus alegam que uma perícia da Polícia Federal no celular do ex-subsecretário apontaria uma suposta quebra de acordo com o Ministério Público Federal (MPF) ao mentir durante um depoimento.
No âmbito da Operação Fratura Exposta, Romero relaciona políticos e empresários a desvios na Saúde do Rio de Janeiro, em processo que também envolve o ex-governador Sérgio Cabral. Segundo ele, havia um esquema de cobrança e divisão de propina paga por empresários em troca de contratos com o governo e o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).
Deflagrada em 2017, a Operação Fratura Exposta investigou um esquema de corrupção na Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. Além dos empresários Iskin e Estellita, foi alvo da operação o ex-secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes.
De acordo com os advogados dos réus, Romero mentiu ao não falar da participação da ex-esposa no recebimento da propina destinada a ele. A defesa pede que o caso volte para o MPF para a análise da suposta violação do acordo de delação.
O Ministério Público se manifestou e afirmou que os fatos trazidos não afastam as acusações de corrupção contra os empresários. No entanto, não foi afastada a possibilidade da rescisão do acordo. “Havendo a rescisão, o colaborador perde os benefícios previstos, mas as provas produzidas permanecem válidas”, declarou o MPF.