Conchavos em Alagoas

Renan Filho toma posse pautando 2º mandato pela conveniência política

Governador reeleito abandona perfil 'técnico' e aguarda aliados para definir secretariado

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Governador de Alagoas Renan Filho. Foto: Ascom ALE

O governador de Alagoas Renan Filho e seu vice Luciano Barbosa, ambos do MDB, tomam posse hoje (1º) no segundo mandato, em sessão solene conduzida pelo presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), Luiz Dantas (MDB). Ao contrário de sua posse em 2015, em que exaltou um “perfil técnico” para seu 1º mandato, Renan Filho prioriza neste início do 2º governo as acomodações políticas de aliados.

O governador de Alagoas empossou um secretariado em sua maioria provisório, sujeito às indefinições do jogo político e dos conchavos partidários que envolvem, principalmente, as eleições da Mesa Diretora da ALE, marcada para fevereiro. A disputa tem como candidato favorito Marcelo Victor (SD-AL), contra o tio do governador Olavo Calheiros (MDB-AL).

“Vou aguardar o início do ano, a organização política, os novos parlamentares que vão assumir os cargos no governo federal, para a gente ver como é que vai ser o comportamento disso para fazer uma mudança”, disse Renan Filho, ao anunciar a nomeação do advogado Felipe Cordeiro da chefia de gabinete ao comando da Secretaria do Gabinete Civil, e do advogado Adrualdo Catão, para o comando do Departamento de Trânsito de Alagoas (Detran/AL), únicas alterações consolidadas para 2019.

Com a segunda maior votação percentual do país entre governadores eleitos, no 1º turno, Renan Filho obteve mais de 1 milhão de votos (77,3% dos válidos), após retirar Alagoas do topo do ranking dos estados mais violentos do Brasil e manter salários e contas em dia, em meio à crise. Agora, tenta resistir ao empenho da maioria do parlamento alagoano em manter firme a ideia de não eleger o tio do governador como presidente do Legislativo e evitar que o poder do legislador não fique refém dos interesses do filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Até mesmo a permanência do vice Luciano Barbosa como secretário da Educação neste 2º mandato dependerá dos conchavos partidários

A movimentação de interlocutores dos anseios políticos do governador na configuração da ALE e da bancada federal alagoana tem agravado o desconforto de aliados incomodados com o tratamento distante e com presunção de “autossuficiência” de Renan Filho, após uma reeleição fácil e sem adversários competitivos. A postura deste início de governo também leva em consideração o fato de que o novo presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) é um antagonista político.

Após a sessão solene de posse na Assembleia Legislativa, Renan Filho e Luciano Barbosa seguem para o Museu Palácio Floriano Peixoto, antiga sede do governo na Praça dos Martírios, no Centro de Maceió. Às 17h no horário local, a dupla será recebida no Largo das Bandeiras pela Guarda de Honra da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL).

No Salão de Despachos do Mupa, o governador dará posse a um “secretariado interino” e discursará, antes de uma entrevista coletiva.

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