URNAS SEM MAQUIAGEM

PSOL quer desmantelar ‘fábrica de ilusões’ nas eleições de Alagoas

Covardia diante do projeto de Renan é denunciada pelo PSOL

acessibilidade:
Basile Christopoulos, Tony Cloves e Gustavo Pessoa se unem contra riscos de Alagoas virar domínio dos Calheiros (Fotos: Divulgação e Alagoas 24 Horas)

O PSOL de Alagoas tem três nomes para a disputa contra a reeleição do governador Renan Filho (MDB) e apostando na eleição de seu primeiro deputado estadual, criticando o acovardamento da elite política alagoana pela falta de projeto para o Estado, focada com a manutenção de seus espaços de poder. O partido deve investir na parcela do eleitorado que não deseja reeleger o chefe do Executivo, nem seu pai e senador Renan Calheiros (MDB-AL), sob o temor de ver Alagoas se transformar no Maranhão dos Sarneys.

Impedir que a eleição majoritária seja decidida por WO e desconstruir o que chamam de “venda de ilusões” da propaganda governamental de Renan Filho é a preocupação comum dos professores Gustavo Pessoa e Basile Christopoulos, e do militante sertanejo Tony Cloves, que são os nomes do PSOL para a disputa pelo governo de Alagoas.

“Não vamos deixar que a eleição em Alagoas seja decidida por WO. O percentual do eleitorado que não deseja votar no atual governador pode aumentar durante o processo, quando podemos desmaquiar a máquina de vender ilusões que é a propaganda governamental. Uma coisa é passar quatro anos com a máquina na mão e com a propaganda de governo muito forte. Outra coisa é o processo eleitoral, quando a oposição tem o espaço para colocar suas divergências, para fazer o contraponto”, disse o presidente do PSOL em Alagoas, Gustavo Pessoa.

Fala comum aos três pré-candidatos do PSOL é a crítica à rearticulação, considerada covarde, da classe política tradicional alagoana, em torno do projeto hegemônico do governador Renan Filho e de seu grupo político.

“É uma elite política que pensa no mandato pelo mandato. E, no pensamento pragmático de ter um mandato, preferiram se rearticular em torno do projeto do atual governador. Com isso, deixando uma parcela considerável da população alagoana órfã de um projeto político de oposição. Não fazemos política para ter um mandato a qualquer custo. Então, a gente não vai se furtar em apresentar uma alternativa para a população alagoana”, disse Gustavo Pessoa.

NÃO À ‘SARNEYZAÇÃO’

Integrante do Conselho Estadual da Saúde, Tony Cloves tenta sua segunda candidatura a governador, depois de disputar o comando do Estado de Alagoas pelo PCB, em 2010 e deixar a eleição com o apelido de “Obama do Sertão”, por debater de igual para igual com candidatos como os ex-governadores Teotonio Vilela Filho (PSDB), Ronaldo Lessa (PDT) e Fernando Collor (PTC). Sua preocupação é deixar com que o clã Calheiros instale em Alagoas o populismo de direita aos moldes do que viveu o Estado do Maranhão com a família Sarney.

“Hoje temos dois grupos conservadores e o poder no Estado de Alagoas vai trocar de mão, nesta eleição. Porque existia o poder econômico dos usineiros, predominante na questão eleitoral. E será a primeira eleição com o poder dos usineiros em declínio. E está vindo agora o populismo de direita, que tende a se perpetuar na família Calheiros. A preocupação é essa, de repetir-se o modelo que aconteceu no Maranhão”, disse Tony Cloves, que iniciou a fórceps a ampliação do PSOL de Alagoas para além do domínio do grupo ligado à ex-senadora Heloísa Helena (REDE).

O PSOL está confiante em seu papel nestas eleições, porque, diferente do que ocorreu quando Gustavo Pessoa disputou a Prefeitura de Maceió, em 2016, quem disputar o Governo de Alagoas pela sigla terá a possibilidade de participar de todos os debates, com o amparo da legislação eleitoral.

“Nós temos a expectativa que o PSOL possa cumprir um papel relevante nas eleições de 2018. A reconstrução do PSOL em Alagoas passou pela formação de novos quadros, que vão disputar eleições pela primeira vez em muitos casos”, disse Basile Christopoulos, que é coordenador do curso de Direito de uma faculdade de Maceió, a Seune.

A decisão sobre o nome que disputará o mandato de governador deve sair e ser apresentada aos eleitores, antes do prazo formal das convenções do PSOL, marcadas para acontecer na primeira semana de julho. E a militância tem estimulado os nomes mais conhecidos do partido, como Gustavo Pessoa e Tony Cloves, a disputar um mandato na Assembleia Legislativa. E Basile Christopoulos tende a ser a cara nova do PSOL, seguindo a tendência nacional de oferecer novas opções ao eleitorado.

Reportar Erro