Crise no ninho

PSDB de SP expulsa Goldman e mais 16 por infidelidade partidária

Ex-governador diz que decisão é 'inócua' e não respeitou regras internas do partido

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Executiva Nacional do partido saiu em defesa de Goldman

O diretório municipal do PSDB expulsou Alberto Goldman, ex-governador de São Paulo, o secretário estadual de Governo, Saulo de Castro, e mais 15 filiados por infidelidade partidária. A decisão foi aprovada na tarde dessa segunda-feira, 8.

“Saulo acompanhou Márcio França para cima e para baixo com bóton no peito. Goldman fez críticas severas ao nosso candidato João Doria e apoiou Skaf”, justificou o dirigente municipal, vereador João Jorge, aliado de Doria. “Eles podem recorrer às instâncias superiores do partido. Mas a decisão está tomada. Já estão expulsos”, disse.

A decisão foi criticada pelo senador José Serra (PSDB-SP), aliado de Goldman. Ele afirmou que a expulsão segue “o padrão Doria de truculência”.

“As medidas são descabidas até porque não houve nem direito de defesa. A direção nacional do PSDB não vai deixar isso acontecer”, disse.

A Executiva nacional do PSDB se posicionou nesta terça, 9, afirmando que “nenhuma instância partidária municipal tem competência para expulsar membros do diretório nacional ou estadual”. “Assim sendo, a decisão é arbitrária e inócua”, diz a nota.

Os demais tucanos foram expulsos porque se posicionaram a favor de Jair Bolsonaro (PSL) na disputa presidencial no primeiro turno, a despeito da candidatura do tucano Geraldo Alckmin.

Procurado pela reportagem, Goldman desqualificou a expulsão. “Será que ele tem o AI-5 na mão e eu não sabia? Tem gente que está pensando que está na ditadura e que ele é o ditador”, afirmou.

Ex-presidente nacional do PSDB e membro da executiva nacional, Goldman afirmou que qualquer filiado pode pleitear a expulsão de outro, desde que siga um rito processual. “Não tem nenhum panaca nesse partido que tenha condição moral de pedir a minha expulsão”, reagiu.

Sobre a decisão, Saulo de Castro enviou nota negando ser infiel. “Mario Covas nos ensinou que lealdade é traço de caráter. Fidelidade e gratidão também. Infiel não sou.”

Doria

A medida faz parte da ofensiva do grupo de Doria para tomar o controle do PSDB. Com a derrota de Alckmin no âmbito nacional e de diversos caciques em seus estados, a ala pretende reequilibrar forças dentro da legenda.

Se Doria vencer a eleição estadual, administrará o segundo maior Orçamento do país. A se confirmar o cenário, ele será o tucano com o cargo mais importante do partido. (Com informações da FolhaPress)

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