Três mortos em atos

Protestos e toque de recolher afetam voos no aeroporto de Santiago

Três pessoas morrem durante saque em supermercado na madrugada de mais protestos no Chile

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9.500 integrantes das Forças Armadas foram mobilizados para atuar contra os protestos. Foto: Reproduçã/Twitter

Os protestos violentos no Chile desde sexta-feira, 18, levaram os militares às ruas de Santiago – o que não acontecia desde o final da ditadura do general Augusto Pinochet, em 1990.

Quase 10 mil membros das Forças Armadas estão nas ruas da capital. Após o presidente chileno, Sebastián Piñera, decretar estado de emergência, Santiago e outras regiões do país, como Valparaíso e Concepción, estão sob toque de recolher.

Três pessoas morreram em um incêndio na madrugada deste domingo, 20, durante um saque no supermercado Líder —controlado pela rede Walmart —ao sul de Santiago. Os bombeiros levaram cerca de duas horas para conter as chamas.

Dezenas de supermercados, concessionárias e pedágios foram saqueados ou incendiados. Foram registrados protestos esporádicos em diversos bairros de Santiago, capital chilena, de acordo com as autoridades.

“Estamos vivendo um alto nível de delinquência, pilantragem e roubos”, declarou Alberto Espina, ministro de Defesa.

No aeroporto da capital chilena, centenas de pessoas estão impedidas de viajar e estão dormindo no chão, aguardando que a programação de voos seja normalizada.

Os manifestantes também atacaram ônibus e estações do metrô. De acordo com o governo, 78 estações foram atingidas e algumas ficaram completamente destruídas.

O prejuízo ao metrô de Santiago supera 300 milhões de dólares e algumas estações e linhas demorarão meses para voltar a funcionar, afirmou o presidente da companhia estatal, Louis de Grange.

As primeiras manifestações começaram de forma pacífica no dia 14 contra o aumento de preço do metrô de Santiago, que passaria do equivalente a US$ 1,12 para US$ 1,16. Ontem (19), o governo anunciou a suspensão do reajuste.

Desde sexta-feira (18), entretanto, os protestos se intensificaram e os chilenos expressam insatisfação com as políticas do governo neoliberal de Piñera, com o sistema previdenciário chileno, administrado por empresas privadas, o custo da saúde, o deficiente sistema público de educação e os baixos salários em relação ao custo de vida.

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