'Promessa de campanha'

Presidente interino, Mourão afirma que decreto sobre armas não é combate à violência

Ele explica que iniciativa tratou-se apenas de cumprimento de promessa de campanha feita por Bolsonaro

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O vice-presidente, Hamilton Mourão. Foto: Romério Cunha/VPR

O presidente em exercício Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira, 21, que o decreto que facilitou a posse de armas no país foi “apenas” o cumprimento de uma promessa de campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro, não uma medida de combate à violência.

“Não vejo como uma questão de medida de combate à violência. Vejo apenas, única e exclusivamente, como atendimento de promessa de campanha do presidente e que vai ao encontro dos anseios de grande parte do eleitorado dele”, disse.

O militar assumiu a Presidência na noite deste domingo, 20, após ida de Bolsonaro ao Fórum Mundial Econômico de Davos, na Suíça.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, Mourão observou que a proposta sofreu tanto críticas por ser severa como por ser branda. E ressaltou que a virtude dela foi ter ficado em uma espécie de meio-termo.

“Ela foi criticada tanto por um lado como pelo outro. Sofreu tiros de tudo o que é lado. Eu acho que a virtude está no meio. E ela foi no meio”, ponderou.

Mourão avaliou ainda que não é possível dizer hoje que há uma possibilidade “concreta” e “real” do Congresso Nacional facilitar também o porte de armas no país.

Flávio Bolsonaro

Em uma estratégia para blindar o presidente, Mourão disse que as suspeitas envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho de Bolsonaro, não são uma questão governamental.

Para ele, as acusações causam “algum problema familiar” e devem ser apuradas, punindo o responsável caso tenha sido cometida e comprovada alguma irregularidade.

No fim de 2018, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O documento revelou a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de um ex-motorista e ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz.

Na última sexta-feira, 18, foi noticiado um trecho de um relatório do Coaf sobre movimentações bancárias suspeitas de Flávio Bolsonaro. Em um mês, foram 48 depósitos em dinheiro numa conta do senador eleito, no total de R$ 96 mil.

O relatório aponta ainda que ele fez um pagamento de R$ 1.016.839 de um título bancário da Caixa Econômica Federal. O Coaf diz que não conseguiu identificar o favorecido. Também não há data e nenhum outro detalhe do pagamento. (Com informações da FolhaPress)

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