Rio em estágio de crise

Presidente de CPI das enchentes quer convocar Crivella para audiência

Requerimento deve ser apresentado na Câmara dos Vereadores na quinta

acessibilidade:

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das enchentes no Rio de Janeiro, vereador Tarcísio Motta (PSOL), disse hoje (9) que vai apresentar na próxima sessão da comissão um pedido de convocação do prefeito Marcelo Crivella. Motta disse que a convocação será para uma audiência pública na Câmara Municipal com famílias afetadas pelos temporais na cidade.

“Vamos apresentar um requerimento para convocar o Crivella para estar na Câmara dos Vereadores e ouvir diretamente os moradores atingidos e se explicar em uma audiência pública sobre a calamidade que a cidade do Rio de Janeiro vive hoje”, disse ele em vídeo publicado em suas redes sociais.

Tarcísio Motta deve apresentar o requerimento na quinta-feira (11), em uma reunião da comissão, marcada para as 13h. Além do presidente, integram a CPI o relator, Renato Cinco (PSOL), e os membros Marcelo Arar (PTB), Rosa Fernandes (MDB) e Tiãozinho do Jacaré (PRB).

Em um texto postado em suas redes sociais, Motta disse que a prefeitura cortou 90% recursos para a prevenção de enchentes e 70% dos destinados à proteção de encostas. Para o vereador, a enchente de ontem e hoje era uma tragédia anunciada.

“Entre janeiro e abril deste ano, o município não gastou um centavo sequer na manutenção da drenagem urbana da cidade, nem investiu recursos em obras de contenção de encostas. Vale lembrar que neste mesmo período o Rio sofreu com três temporais. Pessoas morreram”, disse o vereador.

Procurada, a prefeitura não se posicionou até o fechamento desta reportagem.

Falta de recursos

Mais cedo, Crivella, disse que falta dinheiro para investir na redução de efeitos de temporais na cidade. Afirmou que a prefeitura não tem recursos para, por exemplo, realocar pessoas que moram em áreas de risco para locais seguros ou para construir novos reservatórios subterrâneos (piscinões) que sirvam para escoar enchentes.

“Temos milhares de famílias morando em área de risco. Temos 750 mil bueiros que precisam ser limpos constantemente. Agora, os recursos para isso são pequenos. Dependemos de parcerias com o governo federal. A cidade do Rio de Janeiro contribui para o governo federal com R$ 160 bilhões por ano com impostos. E só recebemos de lá para cá, com muita dificuldade, R$ 5 bilhões”, disse o prefeito.

Segundo ele, nos últimos três meses, a prefeitura não conseguiu, por exemplo, assinar nenhum novo contrato para construção de novas moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, ou para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das encostas. Crivella também reclamou dos altos juros de empréstimos do governo federal para a cidade.

Crivella disse que é preciso rever o pacto federativo e dar mais autonomia para que as cidades possam obter seus recursos. (Com informações da Agência Brasil)

Reportar Erro