PF no Congresso

Polícia Federal faz buscas no gabinete do senador Fernando Bezerra Coelho

O deputado federal Fernando Bezerra Filho também é alvo da Operação Desintegração

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Coelho é investigado em um caso que apura irregularidades nas obras de transposição do Rio São Francisco

A Polícia Federal (PF) cumpre mandados de busca e apreensão no Congresso Nacional nesta quinta-feira (19), são alvos da operação o líder do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e o deputado Fernando Bezerra Filho (DEM-PE).

Também estão sendo cumpridos outros mandados nos estados de Pernambuco, Petrolina, Ceará, São Paulo e Paraíba, os agentes buscam por documentos e arquivos digitais.

O cumprimento dos 52 mandados, no âmbito da Operação Desintegração tem autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso.

Coelho é investigado em um caso que apura irregularidades nas obras de transposição do Rio São Francisco e no canal do Sertão, na época em que era ministro da Integração Nacional, no governo de Dilma Rousseff.

O advogado André Callegari, afirma que a ação causa estranheza, sendo que as medidas se referem a fatos passados. “Causa estranheza à defesa do senador Fernando Bezerra Coelho que medidas cautelares sejam decretadas em razão de fatos pretéritos que não guardam qualquer razão de contemporaneidade com o objeto da investigação. A única justificativa do pedido seria em razão da atuação política e combativa do senador contra determinados interesses dos órgãos de persecução penal”.

Callegari acrescentou que a Procuradoria-Geral da República opinou contra a busca, afirmando taxativamente que “a medida terá pouca utilidade prática”. Ainda assim, segundo o advogado,  o ministro Luís Roberto Barroso a deferiu. “Se a própria PGR,  titular da persecutio criminis, não tinha interesse na medida extrema, causa ainda mais estranheza a decretação da cautelar pelo ministro em discordância com a manifestação do MPF”.

Operação Desintegração

O inquérito que investiga Coelho, foi instaurado em 2017 e apura desvio de dinheiro público de obras na região Nordeste, envolvendo os parlamentares e quatro empresas, OAS, Constremac, Barbosa Mello e S.A Paulista.

A suspeita é de que dinheiro de contratos superfaturados ou fictícios, de obras vinculadas ao Ministério da Integração Nacional tenha sido desviado para campanhas dos políticos.

A investigação teve início com a delação premiada de dois empresários presos na operação Turbulência. Deflagrada em 2016, a ação prendeu donos do avião que caiu com o ex-governador pernambucano Eduardo Campos.

Os delatores contaram que, entre os anos de 2012 e 2014, pagaram propina, ao todo R$ 5,538 milhões, para o senador e para seu o filho. Os depósitos teriam sido feitos por empreiteiras que estavam fazendo obras relacionadas com o ministério em que Coelho comandava.

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